Não existe, em minha opinião, prazer maior do que receber um boquete. A boca úmida e quente envolvendo o pênis, os lábios que deslizam, as sucções… quem não gosta?
E quanto a fazer um boquete?
Bom, esse era o meu desejo secreto, minha fantasia, que eu não propriamente reprimia; apenas não surgia a oportunidade.
Até que, viajando a serviço com Carlos, meu colega no escritório de advocacia, acabamos ficando na outra cidade mais do que o previsto. De dia, trabalho; à noite, uns goles no bar do hotel antes de nos recolhermos para o quarto que compartilhávamos.
Ele tinha uns 35 anos, era magro, usava barba e tinha o corpo peludo que eu via sempre que ele saía do banho, totalmente nu, exibindo sem constrangimento o membro mais ou menos duro sob o tufo de pentelhos pretos.
Eu disfarçava o olhar.
— Vamos procurar umas mulheres? — propôs ele na nossa quarta noite, acessando no computador portátil, via wifi do hotel, um site de bate-papo.
— Procura aí — concordei e continuei a repassar as páginas do complicado processo que tínhamos ido resolver.
Mas minha concentração estava longe de ajudar. Por isso larguei a leitura e, deitado em minha cama, procurei dormir. O sono, porém, não vinha. Os pensamentos se embaralhavam em minha mente.
Assim, as horas passaram.
Lá pelas tantas, Carlos anuncia que vai sair ao encontro de alguém que lhe faria um boquete. Ao ouvir “boquete”, meu coração disparou. Criei coragem:
— Se é só pra isso — arrisquei —, você não precisa sair.
Não vi sua expressão, pois estava virado para o outro lado. Mas podia apostar que era de surpresa. Uma surpresa que demorou a se transformar em palavras:
— Eu entendi mal, ou você está a fim de chupar?
— Escute, Carlos — respondi sem encará-lo. — Sei que você está estranhando. Afinal, a gente se conhece há muito tempo. Mas eu tenho o maior desejo de fazer isso. Nunca fiz, é só um desejo. Mas tudo bem, vamos esquecer essa conversa, tá bom?
Foi um silêncio tenso. Arrependido de ter aberto minha caixinha de segredos, vi que ele entrava no banheiro, escutei o ruído do chuveiro, fechei os olhos para não vê-lo nu. Mas, ouvidos atentos, percebi que ele não se vestiu.
Então ouvi:
— Tudo bem, Jonas.
Ele estava em pé, ao lado da minha cama. Estendendo a mão, segurei decididamente seu pau, que estava muito duro. Eu nunca tinha sentido a rigidez de outra pica que não fosse a minha. Sentando-me na borda da cama, acariciei suavemente seus testículos, abri a boca, e os dezesseis centímetros de carne sensível deslizou por meus lábios, indo até à entrada da garganta. Não engasguei.
Palavras eram desnecessárias, e seriam constrangedoras. Por isso, com exceção de alguns gemidinhos que saíam de sua boca, o resto era silêncio. Silêncio e pensamentos. Eu estava, enfim, realizando o que tanto me atormentava em momentos de fantasia. Minha primeira pica ia e vinha em minha boca, às vezes eu a retirava, para apreciar a glande brilhante de minha saliva, depois tornava a engoli-la profundamente. Minha satisfação era grande. Chupando ora com gula, ora lentamente, eu o levei ao clímax, que ele externou com um longo gemido e jorros de esperma em minha boca.
Eu já havia provado o meu esperma, por curiosidade. Mas o dele era diferente. Tinha um sabor forte. Um sabor que ficou impregnado em minhas papilas gustativas. Porque engoli tudo, ciente do grande prazer que lhe estava proporcionando. Prazer que se repetiu nos dias seguintes e que me mostrou o caminho que eu deveria seguir