Ele era o tipo arisco e introvertido. Fortinho, 1,60 do jeito gostoso para se comer em pé, deitado ou sentado. Pensava demais antes de entabular um papo sério. Por isso mesmo eu sempre me tornava ainda mais extrovertido e brincalhão com ele, para deixá-lo à vontade.
Certa vez, quando voltávamos de uma noitada, depois de altos goles, ele me aconselhou deixar o carro na casa dele e voltar pra casa de táxi, ou dormir lá mesmo, já que o outro dia era sábado. Maliciosamente joguei o braço direito sobre o ombro dele e disparei uma seta mortífera: vou dormir contigo, por acaso, garoto; só tem uma cama. Ele bem à vontade respondeu: você pode escolher, comigo ou com o Sadan (o cachorro dele).