Descabacei meu sobrinho, e agora?

Sou de uma família cuja origem dos antepassados é uma mistura do que pode haver de melhor e pior nas etnias, tanto por parte de pai quanto de mãe. Talvez isso explique não só um pouco da minha personalidade, como a de toda a família, bem como certos comportamentos que estão longe de primar pela finesse. Só para citar um exemplo, meu pai arrota e peida à mesa de refeições, independentemente de quem esteja partilhando a refeição com ele. Por aí dá para ter uma ideia do legado que incutiu nos filhos. Minha mãe é um pouco mais contida, é ela quem pisa no freio quando se trata de censurar o marido por atitudes grosseiras como essa. Contudo, e apesar de vir de uma família que conseguiu amealhar algumas posses, não se pode dizer que incorporou certos refinamentos à medida em que o dinheiro entrava. Ainda é possível ouvi-la soltar um sonoro – Ó caralho! – toda vez que lhe acontece algum imprevisto na cozinha.

Pois esse casal peculiar teve quatro filhos, todos homens, todos machos como prefere dizer meu pai, para se vangloriar do feito. Eu sou um deles, o terceiro numa linha sucessória caso estivéssemos na outra ponta das linhagens, a da nobreza. O que preciso reconhecer, é o seu esforço por nos proporcionar educação, isso no sentido restrito palavra, escola, universidade e por aí vai; mas não em modos e traquejo social, pois disso ele mesmo carecia e, pior, achava que isso era coisa de frescos, de boiolas; portanto, se mantinha afastado disso tudo.

Minha mãe, como quase toda mulher de sua geração, não apitava nada, exceto em assuntos domésticos corriqueiros, uma vez que meu pai era imbuído da certeza de que mulheres não são capazes de muita coisa, além do fogão, do tanque e da criação dos filhos e; mesmo essa última, tinha que ser vigiada de perto para que não criasse frouxos ou homens sem brio e honestos. Quando jovem essa dinâmica familiar nunca me incomodou, era o natural para mim, pois era o que conhecia. Ela também já vinha de uma família com práticas semelhantes, onde os homens são criados para serem machos com todas as regalias que a posição engloba, e as mulheres são privadas de quaisquer liberdades para não se perderem na vida. Como não conheciam outra coisa, era assim que continuavam a educar a prole, perpetuando o ciclo vicioso e abominável.

Dessa forma, nós quatro fomos criados nesse modelo arcaico, o que com o passar dos anos e a maturidade nos fez sentir os dissabores de tal educação, assim que entramos em contato com pessoas criadas em diferentes culturas e com pensamentos menos retrógrados. O meu exemplo e o do meu irmão caçula são a prova viva disso, mas vou me ater a isso mais adiante.

Os dois irmãos mais velhos são uma cópia fiel e escarrada do meu pai. Imitaram-no praticamente em tudo, inclusive na prole, tendo, cada um, quatro filhos, embora num equilíbrio perfeito entre meninos e meninas. Assim, da parte deles, eu tenho dois sobrinhos e duas sobrinhas de cada um. Também foram eles que praticamente se encarregaram de manter o sobrenome da família, uma vez que eu não gerei nenhum herdeiro e meu irmão caçula apenas um que, por sorte, ou talvez ironia do destino, poderia ou não levar esse legado diante. Como hão de perceber através do meu relato, a última hipótese é a mais viável.

Meu casamento foi um fiasco desde o início. Bem, pensando mais claramente talvez não desde o início, os três primeiros anos foram bons se eu os colocar nos pratos de uma balança. Dali em diante, só desceu ladeira abaixo, e é onde me encontro agora. Muito embora, e para ser totalmente franco, isso já não tem a menor importância para mim. Descobri outra fonte de prazer e amor.

A cobrança de um herdeiro começou depois de um ano de casados. Não havia reunião familiar em que não nos perguntavam por que tardava tanto o tão esperado rebento. Pressionados, tanto pelos meus parentes quanto pelos dela, a Cristina e eu trepávamos mais do que os leões; famosos pela voracidade em copular. Nesse aspecto ela se portava com a mesma tenacidade de uma leoa exigindo o acasalamento baseada em um monte de besteiras cuspidas por pretensas psicólogas do comportamento feminino que lia nessas revistas destinadas às mulheres. Ela chegou a elaborar um calendário detalhando dias e horários, curvas de temperatura corporal e o diabo a quatro quando, supostamente, estaria no auge de seu período fértil e quando, tal como as leoas que cobram de 20 a 40 cópulas de seus pobres parceiros, ela exigia minha pequena colaboração naquele projeto. Passavam-se os meses e gravidez que seria o esperado, nada. Fomos aos médicos ouvi-los quanto ao problema. A cada especialista que nos indicavam lá íamos nós cheios de esperança de que dessa vez a coisa ia dar certo. Deixamos uma pequena fortuna nas mãos desses ‘especialistas” que, ao final de mais de um ano nessa via crucis, chegaram à conclusão de que não engravidaríamos pelo processo natural, seria necessário recorrer a outras técnicas, que nos garantiram ser as mais modernas e eficazes na geração de um herdeiro. Nossa sorte, se é que se pode chamar isso de sorte, é que não nos faltavam recursos para bancar toda essa parafernália que nos propuseram. Ao final de três anos ficou definitivamente sacramentado que não teríamos filhos, a menos que os adotássemos, o que para ambos estava fora de cogitação. Passamos a ser vistos pelos parentes como dois pobres infelizes e, como nunca revelamos o motivo pelo qual não engravidávamos, ficou pairando a suspeita de que, ou eu era estéril, ou a Cristina tinha o útero seco. De qualquer forma, dois coitados que eram vistos como pobres miseráveis por não conseguirem algo tão simples quanto ter filhos. Enquanto isso, meus irmãos viam seus filhos crescer e desabrochar para a vida.

A Cristina e eu nunca nos culpamos reciprocamente, ninguém era responsável pelo nosso infortúnio, a não ser o próprio destino. Mas, o casamento afundou, aquela paixão inicial desapareceu, o amor eterno que juramos no altar na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, se transformou numa amizade, num compartilhar de frustrações. O sexo foi rareando até se extinguir, era como se já não houvesse razão para consumá-lo, a cama ficou pequena para os dois, bem como o quarto, o que nos levou a ocupar quartos separados em nome da comodidade, e de um não atrapalhar o descanso e a privacidade do outro. Não sei se um dia vamos nos separar, particularmente acredito que não, pois o que restou foi um companheirismo invejável, sem um cobrar o outro por nenhuma atitude. Nós fomos descobrindo que muitos casais vivem relacionamentos semelhantes, permanecem juntos, mas tem vidas separadas. Isso não significa que eu tenha procurado fora de casa o que não tenho dentro dela e, até onde me consta, e não tenho porque duvidar da honestidade da Cristina, ela também não. Restringimos a nossa participação nas reuniões familiares ao mínimo possível, justamente para evitar que cochichassem às nossas costas sobre a mazela que se abateu sobre nós.

Não era apenas esse o motivo pelo qual a Cristina não gostava dessas reuniões, especialmente quando aconteciam nas casas dos meus parentes; pois ela, já no período de namoro, não se conformava com os modos grosseiros dos homens da família. A princípio atribuí sua recusa a um mero capricho, a uma frescura, como definia meu pai. Porém, hoje lhe sou grato, pois foi ela quem fez de mim um sujeito mais polido, que corrigiu minhas atitudes de Neanderthal, abrindo meus olhos para um comportamento mais civilizado que só me trouxe benefícios.

Quem também abominava as reuniões familiares com meu pai e meus irmãos presentes era a esposa do caçula, Amanda. A razão, a mesma que afastava a Cristina. Quando meu irmão conheceu a Amanda meu pai já gozava de uma ótima situação financeira da qual, diga-se de passagem, ela definitivamente não dependeria, pois vinha de uma família abastada e culta. Meu irmão Rafael passou pela mesma lapidação que eu, a esposa o transformou num homem civilizado. A única diferença entre a Cristina e a Amanda, era que essa última tinha, de fato, o nariz em pé. A Amanda se julgava superior aos outros, por conta da educação, do dinheiro e de suas inúmeras viagens das quais fazia seu assunto predileto. A impressão que se tinha quando de suas raríssimas participações nessas reuniões familiares, nas quais não se demorava mais do que duas horas no máximo, era a de que estava a sentir engulhos de todos e de tudo. Virou alvo de inúmeros apelidos, bem como passou a ser persona non grata em qualquer evento.

Ao que tudo indica o Rafael é feliz ao lado da esposa, eles formam um casal harmonioso que se apoia mutuamente e goza a vida envolto num clima de afeto. O único filho deles, Fabricio, nasceu no terceiro ano de casamento. Foi o último neto e sobrinho a chegar. Desde a maternidade sempre foi uma criança linda, que, à medida em que crescia, ia se transformando num rapaz bonito de traços finos, bem-educado, amoroso com todos e conquistando espaço no coração especialmente dos meus pais que o tinham secretamente como o neto preferido, justamente por ele ser tão afetuoso com eles. Quando perguntavam ao meu irmão por que ele não aumentava a prole, ele ficava constrangido ao responder que a Amanda não estava disposta a estragar o corpo parindo uma penca de filhos.

Talvez por pena de mim e da Cristina, o Rafael e a Amanda nos convidaram a ser padrinhos do Fabrício. Acredito que me encantei por ele no dia em que o segurei nos braços pela primeira vez, e sua carinha rechonchuda e rosada me sorriu o mais doce sorriso que alguém já me deu. Eu tenho para mim que sempre fui seu tio preferido, embora ele nunca o tenha expressado nesses termos. Mas, basta ver como é afeiçoado a mim, como se sente à vontade na minha presença, como me conta praticamente tudo o que se passa com ele, para chegar a essa conclusão. Eu, claro, o estimo muito mais do que a qualquer outro dos meus sobrinhos ou sobrinhas, e também mantenho isso na confidencialidade.

De uns tempos para cá, o Fabricio tem tirado meu sono, aquela minha acomodação à situação que o destino me reservou, minha indiferença em saciar meus desejos de homem que estava conseguindo restringir às punhetas eventuais durante o banho. Tudo começou no último verão, eu tinha então 44 anos, quando estávamos reunidos na casa de campo que meu pai mantém para alojar os filhos e suas famílias e onde acontecem os aniversários e outras comemorações como o Natal, virada de ano, Páscoa e por aí vai. Eu estava sem a Cristina que estava fazendo uma viagem de férias com a irmã aos Estados Unidos. O Rafael sem a Amanda, que por razões óbvias, estava feliz por não se misturar com criaturas das cavernas, mas na companhia do Fabricio. Ele nunca comungou da opinião da mãe, dava-se bem com todos, fazia vista grossa ou se ria das grosserias infames do meu pai em nome do carinho que tinha por ele; tinha a avó, que o bajulava a não mais poder, quase como uma santa, dedicando-lhe carícias e palavras de gratidão e afeto. Tinha os tios machões como exemplos do que em nunca se transformar, gostava dos primos e primas como se fossem os irmãos que não tinha. As primas o adoravam por sua gentileza e refinamento e o convidavam para qualquer festa, passeio ou viagem de que participavam, sempre o apresentando aos colegas com orgulho. O garoto é indubitavelmente lindo, não há o que discutir. Por sorte dele não herdou muita coisa do pai, todos os seus traços estão muito mais atrelados à mãe que, embora eu não goste, devo reconhecer ser uma mulher esbelta e sexy. O Fabricio tem o mesmo corpo esguio e escultural da mãe, um rosto liso e quase angelical, olhos verdes que se destacam da cor alva de sua pele, uma cabeleira ligeiramente ondulada de um castanho-claro que ele mantém num corte displicente que lhe aumenta o charme. Seus gestos nunca são rudes, seu caminhar tem um gingado especial que faz sua bunda carnuda se mover numa sensualidade excitante. Pode estar parecendo que estou a descrever um garotão afeminado, mas o Fabricio não tem nenhum traço que leve a menor suspeita de que não seja homem. É justamente esse contraste entre o feminino e o masculino que vem me tirando o sossego toda vez que nos encontramos. Sendo muito honesto, sinto um puta tesão pelo garoto, e talvez devesse me penitenciar por essa atração vulgar, porém minha pica tem uma opinião bem oposta a essa.

Naquele final de domingo do último verão, meus irmãos mais velhos e suas famílias já tinham regressado para a capital. O Rafael seguiria apenas na manhã seguinte, pois não tinha um horário rígido para entrar na empresa. O Fabricio ia passar a primeira semana das férias fazendo companhia aos avós. Eu havia planejado uns dias de folga para não ficar sozinho em casa, uma vez que a Cristina também havia tirado férias no escritório de advocacia do qual era sócia para viajar coma irmã. Fazia uma tarde muito quente, o sol estava a se pôr no horizonte, mas o calor que deixou não se dissipava. Como eram poucas as oportunidades de eu conversar com o Rafael, ficamos à beira da piscina depois que todos se foram. Eu não conseguia me concentrar nos assuntos da conversa com o Fabricio nadando e cruzando a piscina de lado a lado enfiado naquela sunga sumária que deixava aquele par de nádegas monumentais quase completamente expostas. Ao fazer a volta quando chegava a uma das bordas da piscina, ele impulsionava o corpo esguio e ágil com os movimentos de um peixe antes de retomar as braçadas. Meu olhar não conseguia se desviar dele e quando as nádegas surgiam na superfície da água eu sentia uma forte fisgada na rola. O simples roçar do short na cabeça do cacete toda exposta, assim que a pequena porção do prepúcio que a cobria se retraiu, me torturava e me obrigava a ajeitá-lo sem encontrar uma posição confortável. Ele queria crescer, ficar duro, e eu não podia dar essa bandeira na frente do meu irmão, olhando para o filho dele com a cobiça de um tarado. Por duas vezes precisei sair dali às pressas, com a desculpa de precisar mijar, para correr ao banheiro e tentar acalmar o sujeito impaciente que não me dava descanso. Joguei uma água fria sobre ele na pia mesmo, o que o punha sob controle momentaneamente, mas bastava eu voltar para a beira da piscina e ele se assanhava todo outra vez.

Assim que escureceu, o Fabricio saiu da piscina e veio se juntar a nós numa das espreguiçadeiras. Mesmo na penumbra, a água que escorria por seu corpo levemente bronzeado, formava uma imagem espetacular, extasiante, me querendo desejar ser uma daquelas gotas a deslizar livre sobre aquela pele quente e sedutora.

– Também não acha, Bruno? Ei, Bruno! Ei, Bruno, está me ouvindo, cacete? – ouvi o Rafael berrando subitamente, me tirando aquela imagem do pensamento.

– Hein? Acho o quê? – perguntei desconcertado

– Onde estava com a cabeça que não ouviu nada do que falei? – perguntou ele, irritado ao notar que estivera falando sozinho. A resposta que eu tinha a essa pergunta não podia ser verbalizada – sonhando que estava comendo a bunda do teu moleque.

– Me distraí um pouco, diz aí o que me perguntou! – retruquei, voltando a ouvir sua voz, mas com os pensamentos e o olhar fixados no meu sobrinho tesudo.

Ele ocupava a espreguiçadeira exatamente em frente à minha, havia secado ligeiramente os cabelos que ficaram charmosamente espetados em desalinho. Depois reclinou a cabeça no encosto e ficou olhando na minha direção, dirigi-lhe um sorriso afetuoso que ele prontamente correspondeu com outro. Porém, ele continuou me olhando me deixando intrigado pela demora em procurar qualquer outro foco para dirigir seu olhar. Só então percebi que estava com as pernas bem abertas e que o short que estava usando sem cueca, tinha as pernas um pouco largas e curtas. O garotão está de olho no meu caralho. Quando isso se concretizou na minha mente, quase explodi de alegria. Seu eu não fosse um bronco, um sujeito que vivia das punhetas para se saciar, um tio sem-vergonha, eu teria discretamente fechado ou cruzado as pernas e o impedido de ver meu dote, mas eu era filho do meu pai que era filho de seu pai, que era filho de uma geração de machos que sentiam orgulho de serem machos. Os olhos do Fabricio brilhavam na escuridão crescente admirando meu pau que, a essa altura, eu já não tentava mais conter, deixando-o enrijecer o quanto queria. Não fosse o meu irmão ali falando sem parar num assunto que já não me interessava, eu atrairia o Fabricio para cuidar da minha ereção.

O Rafael pediu ao filho para buscar umas cervejas, o que ele atendeu prontamente. Ao regressar, colocou uma lata nas minhas mãos notando que eu estava com a barraca armada, ele sorriu e me encarou, antes levar a outra lata para o pai, quando se sentou na espreguiçadeira recebendo um abraço de agradecimento pelo favor. Muito provavelmente eu estava a delirar quando interpretei o abraço e o beijo quase sobre a boca do meu irmão como sendo uma provocação para me seduzir, me deixando mais tarado do que já estava. O garotão era carinhoso com todos, com o pai então, nem se fala, suas demonstrações do quanto amava o pai eram conhecidas de todos. O pervertido ali era eu, criando fantasias na minha cabeça com um gesto tão banal quanto aquele levando tudo para o terreno do profano, da luxúria, pois naquele instante tive inveja do meu irmão recebendo todo aquele carinho, podendo envolver aquele tesão de garoto nos braços, recebendo seu beijo sensual. A mim só restava colocar aquela lata de cerveja bem gelada sobre o cacete para aplacar o fogo que o dominava.

A casa estava envolta no silêncio da madrugada. Lá de fora vinham os coaxares de sapos e rãs do pequeno açude que havia na propriedade, o piar intercalado de corujas e a sinfonia dos grilos excitados pelo calor. Foi ele quem me levou a buscar água na cozinha, insone e com a boca seca desci à procura do tão necessário alento. Antes mesmo de chegar à cozinha, percebi que mais alguém devia estar tão sedento quanto eu, pois a luz estava acessa. Me deparei com o Fabricio de costas para mim, retirando a embalagem de leite da geladeira. Num primeiro momento ele não notou a minha aproximação, mas eu não consegui olhar para mais nada além daquela cueca parcialmente enfiada entre as bandas da bunda dele, deixando uma das deliciosas nádegas toda exposta. Meu caralho deu um pinote vigoroso e se armou todo. Que porra de cueca era aquela, tão cavada e que mal lhe cobria a bunda carnuda e opulenta?

– Oi tio Bruno! Quer um pouco de leite gelado também? – ofereceu ele, com um sorriso franco, quando me notou.

– Hã? – por alguns segundos minha mente não processou nada além daquelas coxas grossas e daquela bunda me seduzindo. – Hã? Ah!, não, não obrigado Fabricio! – gaguejei feito um apalermado. – Eu vim buscar um copo de água.

– Deixe que eu pego para você! – devolveu ele solícito, encarregando-se que me trazer a água.

– Está com fome? – perguntei com o intuito de prolongar o encontro casual

– Não, não! Meu quarto parece um forno, o ar-condicionado não deve estar funcionando direito e eu desci para me refrescar com um copo de leite gelado. Eu gosto de tomar leite, o papai diz que pareço um bezerro. – revelou rindo.

– O ar-condicionado do meu quarto está perfeito, quer se mudar para lá? Está bem fresquinho! – afirmei, cheio de segundas intenções. Como eu disse, eu sou um sem-vergonha notório. Com o agravante de não sentir nenhum arrependimento com as fantasias libidinosas que estava tendo com meu sobrinho.

– Não quero perturbar seu descanso! – respondeu ele, sem nem desconfiar que depois de ter visto aquela cueca atolada no reguinho apertado dele eu não teria mais nenhum momento de descanso até o amanhecer.

– Não vai me perturbar em nada, não se preocupe! – quem estava respondendo era o tarado, não o tio que deveria ser consciencioso.

– Eu aceito, então! Sério que não vou perturbar seu sono? – ó criatura ingênua, me perturbar o sono é o de menos, você perturba minha alma e todo meu ser.

Voltamos ao meu quarto que, por via das dúvidas, eu tranquei para que ninguém pudesse entrar e nos encontrar compartilhando a mesma cama. Eu notei que o Fabricio olhava de relance para a minha rola armada dentro da bermuda de seca do pijama, a única veste que cobria meu corpo. Parecia que ela o cativava de alguma maneira, talvez por pura e simples curiosidade sem nenhuma perversidade. Mas, isso me excitava, me fazia querer exibi-la para ele a fim de ter sua aprovação.

O Fabricio foi ao banheiro, pensei que para urinar antes de voltar a se deitar, porém ele demorava para regressar e, ao ouvir a ducha correndo, deduzi que estava se banhando. Intercaladamente, a descarga do vaso foi acionada umas quatro vezes, até ele reaparecer com a toalha enrolada na cintura. Eu só podia estar delirando, será que ele estava a fazer a higiene íntima? Não, certamente não, Bruno, seu pervertido depravado! O que te leva a pensar que o garotão esteja a fim de dar o cu para você com essa facilidade toda? O fato é que eu já não raciocinava mais como um ser dotado de um mínimo de sapiência. Quando ele voltou, eu estava recostado na cabeceira da cama apoiado nos travesseiros e com as pernas abertas, o caralho duro me obrigava a mantê-las assim afastadas. Ele voltou a olhar discretamente para a minha ereção, tirou a toalha da cintura e a colocou aberta sobre a cama ao meu lado. Hipnotizado pela nudez dele, pela beleza daquele corpo escultural, por aquele pinto pequeno e perfeito, eu só conseguia admirar aquela obra de arte e sentir o cacete quase arrebentando de tanto tesão. Indubitavelmente o Rafael e a Amanda capricharam quando fizeram aquele moleque, criando uma réplica viva de Adônis para ser admirada e cobiçada por todos. Ele se deitou sobre a toalha, languida e sensualmente, como se estivesse me comunicando que estava pronto para mim. Tive que chacoalhar a cabeça algumas vezes para ver se meus pensamentos se rearranjavam para entender aquele gesto. Seria mesmo o que eu estava pensando, a ducha demorada, a exibição de sua nudez, a toalha a proteger o lençol do que viria a acontecer, o corpo distendido resvalando no meu, o sorriso cândido e convidativo que me lançou ao dirigir seu olhar na minha direção? Eu seria um parvo caso não soubesse interpretar esses sinais, o Fabricio queria se entregar para mim. Meu coração disparou, eu me virei e me inclinei sobre ele, sem o tocar, faltava-me a coragem de conspurcar aquele corpo imaculado. Contudo, aquele instinto primal e animalesco que se perpetuara por gerações estava a me cobrar o arrefecimento do tesão que já fazia meu pau doer de tão rijo. Eu o agarrei e rolei seu corpo deixando-o de bruços e, feito um garanhão ensandecido, montei nele, esfregando meu cacete naquelas nádegas firmes e lisas. Ele se assustou com a minha bestialidade, mas se sujeitou passivamente à minha investida, só esperando para ver o que eu faria com ele. No mesmo instante me arrependi de abordá-lo com tamanha falta de tato e brutalidade, e saí de cima dele, o pau já todo babado pelo pré-gozo do tesão. Voltei a me reclinar sobre os travesseiros, ponderando se deveria mesmo levar aquilo adiante, foder meu próprio sobrinho, privá-lo de sua inocência só para satisfazer minhas carências de macho.

O Fabricio pareceu captar meu dilema e, aproximando-se lentamente de mim, depositou sua mão leve sobre o meu peito, trouxe o rosto para tão junto do meu que me permitia sentir sua respiração resvalando em mim, seu olhar penetrava fundo no meu procurando por cumplicidade. Fui o envolvendo com cuidado em meus braços, afaguei seu rosto e comecei a juntar meus lábios aos dele num toque tão sutil que mal se sentia. Ele foi abrindo a boca aos poucos, deixando-me capturar seu lábio com meus dentes, enquanto seus dedos deslizavam carinhosamente dentro dos cabelos do meu peito. Me senti um canalha por ter querido partir para cima do cuzinho dele feito um animal e querido possui-lo de maneira selvagem, enquanto ele vinha a mim querendo fazer amor.

Há quantos anos eu não sabia o que era fazer amor, se é que um dia eu soube o que isso significava. Olhando para o passado, para o início do meu casamento, eu até podia pensar que tinha feito amor com a Cristina quando tentávamos engravidar. Mas, sendo realista, e diante de todos aqueles métodos dos quais nos valemos para conseguir um filho, eu vejo que meu papel era o mesmo de um garanhão que um criador de cavalos incorpora ao seu haras para cobrir as éguas quando estão no cio. Era a Cristina me ligar a qualquer horário, onde quer que eu estivesse e anunciar que tinha atingido a temperatura corporal ideal para a cópula, que lá ia eu desatado correr a consumar o coito, ejaculando nela toda a virilidade acumulada nos colhões. Isso podia ser chamado de fazer amor? Vendo como agora o Fabricio me toca, me presenteando com esses beijos tórridos e úmidos, procurando com seus dedos longos e finos acariciar meu rosto e estimular meu corpo, eu me conscientizo que não. Naquela ocasião eu era um mero fornecedor de esperma, nada mais do que isso.

Eu estava tão feliz pelo Fabricio estar me tocando daquela maneira cuidadosa e titubeante, explorando meu corpo do qual, apesar dos quarenta anos, eu ainda sentir muito orgulho, e de ele se mostrar fascinado com a masculinidade que ele exibia, que o deixei tatear livremente onde lhe aprouvesse. Era eu quem me entregava agora, recebendo os beijos que ele distribuía ao longo da base da mandíbula e do pescoço, onde eu sentia um tesão danado quando tocado, sentindo as pontas de seus dedos vasculharem e encaracolarem os cabelos densos do meu peito entre os mamilos e o ventre, constatando como ele olhava para a minha ereção sem se atrever a conduzir a mão até ela, provavelmente por vergonha ou timidez de ser tão ousado. Eu queria que ele soubesse que tudo lhe era permitido, que eu estava ali para servi-lo e não o contrário, que me atrevi a pegar em sua mão e a levar para dentro da bermuda afim de fazê-lo sentir o ímpeto que fazia minha rola latejar com a esperança de ele a receber em seu corpo. Eu a tirei para que ele pudesse não apenas admirar meu dote como poder tocá-lo do jeito que quisesse. Ele levou uns minutos, olhando fixamente para o meu caralho, antes de criar coragem para tocá-lo. Eu o observava extasiado, percebia-se que nunca estivera diante e tão próximo do sexo de outro homem, e sua fascinação brilhava no olhar encantado. Não me recordo de ter me sentido tão macho quanto naquele momento. Deixando a modéstia de lado, dos quatro irmãos, eu era o mais bem-dotado. Meus predicados eram não só exaltados dentro de casa, como em qualquer lugar onde alguém pudesse colocar os olhos sobre a minha jeba. Deixei muitas vezes outros homens com inveja do que viram pendurado entre as minhas coxas. Ironicamente, toda essa vantagem não me serviu de nada, eu era o único dos quatro a não ter produzido um herdeiro, apesar de toda a fertilidade que meus testículos cavalares produziam. Mas o Fabricio estava se encarregando de desanuviar esses pensamentos da minha cabeça, ao tocar sutilmente no meu pau e começar e segurá-lo em sua mão. Toda musculatura do meu abdômen ia se retesando à medida em que ele mexia na minha pica, examinando cada pormenor de sua grandiosidade. Pelo orifício uretral minava um pré-gozo abundante que escorria pelos dedos dele e pelo qual ele não mostrava nenhuma aversão. Tive vontade de mandá-lo chupar meu cacete exercendo meu suposto direito à dominância, mas talvez isso o enojasse e o inibisse de continuar explorando meus genitais. Esperei que ele avançasse conforme lhe crescia a confiança e o desejo. Ele pareceu entender e começou a me encarar como se estivesse a me pedir permissão para colocar meu pau na boca. Que mais eu podia fazer que não lhe sorrir e aproximar seu rosto da minha virilha trazendo-o pela nuca? Ele segurava minha rola com todo cuidado, como se estivesse manipulando algo muito frágil, quando seus lábios envolveram a cabeça melada e se fecharam ao redor dela sorvendo o sumo aquoso exalando seu forte aroma almiscarado. Pensei que minha glande sensível fosse estourar quando o senti chupando meu pré-gozo, e não consegui segurar o grunhido que se formou no fundo dos meus pulmões e escapuliu gutural entre os dentes que precisei apertar de tanto tesão. Notava-se a disparidade que havia entre o desejo lascivo dele pelo meu pau e a falta de habilidade para tirar dele todo o prazer que procurava. Era isso que estava me deixando maluco, ele estava aprendendo comigo, eu seria seu mestre naquela sua primeira experiência sexual, e não cabia em mim de tanta felicidade. Encorajei-o a me sugar com força, estocando devagar o caralho em sua garganta, ele mamava, chupava, lambia e se deliciava com meu sumo viril. Ao fazer um intervalo para recuperar o folego, um fio translúcido, espesso e viscoso se formava entre seus lábios e a cabeça do meu pau. Eu sentia ganas de devorá-lo por inteiro. Ele já movia sua boca pela minha rola com mais afinco, mordiscava-a delicadamente, seus dedos vasculhavam meus pentelhos e massageavam as minhas bolas pesadas. Ele se maravilhava com tudo aquilo à sua disposição, e se desinibia ao notar o quanto aquilo estava me dando prazer.

– Eu também tenho um leitinho para te oferecer e, se você continuar brincando com meu cacete desse jeito, não vai demorar a saboreá-lo. – murmurei, ao sentir que estava precisando me esforçar para retardar o gozo iminente.

– Eu posso? – quase ensandeci com a pergunta dele e com aquele olhar que me idolatrava como macho.

– Você pode tudo, Fabricio! Você não faz ideia do quanto está me fazendo feliz! – respondi, impulsionando o cacete na garganta dele, o que foi o bastante para não mais conseguir reter o gozo.

Ejaculei uma barbaridade na boca do moleque, ele quase se engasgou na porra, mas ia engolindo jato após jato, saboreando meu esperma como ninguém jamais havia feito. Eu rugia feio um leão, observando aquele rosto carregado de ternura, devorando meu sêmen como se fosse o mais saboroso dos néctares.

Trouxe-o para junto de mim, envolvendo seu corpo trêmulo e sedutor em meus braços para que me sentisse, sentisse que estava nas mãos de um homem que compreendia sua natureza, que a aceitava e o admirava por ele ser quem era. Vi seus olhos ganhando um brilho úmido, pousei um beijo sobre cada uma das pálpebras. Ele me ofereceu a boca, os lábios rubros e molhados, e eu o beijei com toda a intensidade do meu ser, fazendo com que os espasmos que percorriam seu corpo nu pudessem ser sentidos nas minhas mãos. Nunca desejei tanto algo na vida como estava desejando aquele corpo virginal. Deitei-o novamente de bruços sobre a cama, sussurrei seu nome repetidas vezes em seu ouvido, mordiscando sua orelha a cada vez que o pronunciava com licenciosidade. Ele se desmanchava em meus braços, enquanto eu apertava um de seus mamilos e estirava o biquinho saliente e rijo. Ele já era meu, não havia porque ter pressa. Chupei o cangote dele, lambi a pele abrasada de seus ombros perfeitos, beijei suavemente sua coluna até chegar ao cóccix, onde um arrepio o perpassou e o fez estremecer. Beijei e chupei cada uma das nádegas, afagando-as para sentir sua textura firme e carnuda. Mordi-as esfomeado, afundando meus dentes na carne roliça e fresca, fazendo-o gemer baixinho e contidamente, e deixando as marcas das minhas arcadas impressas nelas. Comecei a apartar os glúteos, abrindo o reguinho estreito dele, não havia um único pelo a macular aquela lisura alva. Tudo que se via era uma pequena rosca pregueada de tonalidade rosa com apenas um ponto exíguo no centro que desabrochava como um botão de flor cada vez que ele inspirava o ar. Tive até receio de a tocar, tão vulnerável me pareceu. Apartando bem as nádegas, coloquei um beijo demorado e úmido sobre ela o que fez o Fabricio gemer agoniado tomado pelo tesão. Continuei a morder seus glúteos ao longo do rego até ele ganir, quando então o recompensava com mais um beijo lascivo sobre o cuzinho. Meu pau vibrava feito a corda de um violino de tão duro e carente que estava. Eu não podia enfia-lo simplesmente naquela rosquinha, pois arrebentaria o moleque e o deixaria tão alarmado que nunca mais voltaria a se abrir para um pinto, era preciso lacear aqueles esfíncteres com dedicação e paciência, estimulando-o a tal ponto que ele mesmo implorasse pela penetração. Meti-lhe então um dos meus dedos grossos no cu, ele ganiu, ficou completamente paralisado e travou a rosquinha anal em volta do meu dedo intruso. Aguardei para ver se ele se queixava de alguma coisa, se me pediria para parar, se me diria que não queria ir adiante com aquilo. Mas, ele procurou força e coragem dentro de si próprio, inspirando lenta e profundamente até aquele frêmito inicial passar.

– Bom garoto! É assim que se faz, relaxe e deixe que o tio Bruno sinta sua elasticidade! – sussurrei na orelha dele, acalmando-o e lhe inspirando confiança.

– Não vai doer muito? – questionou, ainda inseguro.

– Vou ser bem cuidadoso, pode confiar! Você confia no tio Bruno? – continuei sussurrando, pois percebi que ele se excitava com minha voz grave e rouca sussurrada de forma tão libertina.

– Confio! Eu te quero muito, titio! – devolveu-me com a voz afogueada de êxtase. Por pouco não enlouqueço. O que aquele garotão esperava de mim? Eu sucumbiria se não o tivesse inteiro para mim.

Rodopiei o dedo no cuzinho do moleque, circundando e palpando os esfíncteres anais, promovendo um vaivém com o dedo todo atolado no ânus dele, para que se acostumasse com o que estava por vir. Seu corpo parecia querer convulsionar, ele se tremia todo com a descarga de adrenalina que lhe era injetada nas veias. Mas, rebolava sensualmente para melhor sentir o dedo devasso que o fodia. Quem já não se aguentava mais era eu, o caralho doía tanto que mal conseguia movê-lo. Montei com todo meu peso no garotão, pincelei o pau babando sobre a portinha corrugada do cu para lubrificá-lo e comecei a forçar a entrada. As pregas do molecão iam se distendendo querendo encapar a cabeça do meu pau, mas chegavam ao seu limite antes de vencer a parte mais larga dela, e ele gania de dor. Tornei a beijar sua nuca na esperança de que o calor de minha boca lhe inspirasse coragem. Ele relaxava, cedia e empinava cautelosamente a bunda contra a minha virilha me instigando a tentar novamente. Tornei a forçar, senti o cuzinho se abrindo, o Fabricio se agarrava ao lençol e mordia o travesseiro, voltando a ganir quando a dor o compungia.

– Acho que não vou aguentar, tio Bruno! – exclamou receoso. Cada vez que eu o ouvia pronunciando meu nome daquela maneira doce, eu pensava que meu coração não ia aguentar aquilo por muito tempo.

Forcei pela terceira vez, menos lentamente, mais brusco e afoito. O cuzinho do Fabricio se distendeu na marra, a cabeçorra entrou nele, os músculos anais se contraíram com força e aprisionaram meu cacete dentro dele. O garotão gritou, me fazendo delirar de tanto tesão. Por um instante pensei que seu grito pungente pudesse ter sido ouvido no restante da casa. Porém, estávamos justamente no quarto oposto aos demais e todos estavam num sono profundo nem desconfiando de eu estar arregaçando o cuzinho do meu sobrinho.

– Está doendo? – perguntei, quando notei a agonia dele se agitando em baixo de mim.

– Para dizer a verdade, está doendo bastante, tio Bruno! – a sinceridade dele comovia.

– Quer que eu tire? Podemos parar se você quiser. Fui tolo e desprevenido achando que você aguentaria meu pau sem estar bem lubrificado, especialmente na primeira vez. Vamos parar, não quero te machucar! – murmurei pesaroso, pois a última coisa que eu queria era tirar meu cacete daquele cuzinho.

– Não me deixe agora, titio! Eu quero muito você, não tire. – ronronou ele valente e determinado.

Continuei dando estocadas curtas, meu pau babava sem parar e ia lubrificando o cuzinho dele, à medida em que eu entrava nele. Ofereci uma mão para o Fabricio se agarrar a ela, seus dedos longos e finos se encaixaram nos meus, grossos e abrutalhados, e depois ele beijou minha mão enquanto a apertava com força. Eu não pensava em mais nada, só queria entrar inteiro no molecão, ser agasalhado pelo cu receptivo e quente dele, poder abrigar o tesão do meu caralho aquela mucosa macia que o envolvia; não parando de meter e puxar um pouco para trás, meter e puxar um pouco para trás, enquanto ele gania gostoso levando minha virilidade no rabo. Em meio aquele vaivém, o Fabricio começou a ficar mais agitado, notei que estava a lhe sobrevir o gozo e parei de meter, deixando-o respirar e adiar o clímax. Tirei o pau do cu dele, ele gritou quando a cabeça passou pelos esfíncteres machucando-os. Deitei-o de costas e tornei a subir nele. Ele se abriu todo para mim, braços e pernas, permitindo que eu me encaixasse neles. Acariciei o rosto dele e trocamos um beijo libidinoso enquanto eu voltava a procurar a entrada daquele casulo apertado. Nossas bocas estavam coladas quando ele gritou ao sentir meu pau entrando nele, e se agarrou com força aos meus ombros. Esse gritinho me ensandecia, pois reforçava minha posição de macho, e não havia nada mais gratificante do ser desejado por essa condição. Penetrei-o devagar, ele gemia, mas já não estava mais tão temeroso, e me deixava atolar o cacete até o talo no rabo dele. Se eu não fosse um safado como era, teria parado por ali, mas eu estava tão fissurado que queria esporrar no cuzinho do garotão; não era de leite que ele gostava, pois então, ele o teria pela boca e pelo cu; um leitinho especial, o leitinho de seu primeiro macho, pelo qual ele também parecia estar ávido. Assim que meu saco começou a bater no reguinho dele, o Fabricio gozou, derramando-se todo sobre o próprio ventre, num gemido longo e prazeroso.

– Obrigado, titio! – gemeu sorrindo com candura, enquanto a porra lhe escorria pelos flancos.

Aquilo foi demais para mim, minha pelve retesada começou a ser percorrida por ondas e espasmos, contraindo os músculos da bolsa escrotal e esvaziando os colhões abarrotados no cuzinho do garotão, encharcando-o com minha porra cremosa. Beijei-o numa sofreguidão desenfreada, ele deslizando suas mãos sobre as minhas costas, e recebendo minha virilidade úmida com uma felicidade contagiante. Eu nunca havia gozado tanto, nem me recordava de um dia estar com o pau dentro de uma fenda tão apertada, aquele foi o maior prazer que já senti na vida.

Sou um homem grande, corpulento, pesado, com pouco mais de cento e dez quilos, felizmente quase que integralmente de ossatura e músculos, e estava deitado sobre um garotão forte, mas que pesava, se muito, oitenta quilos, por isso tencionei sair de cima dele antes do pau amolecer por completo. Qual não foi minha surpresa quando ele me reteve e me pediu para ficar, que ele não sentia a menor vontade de se separar de mim, compensando-me com beijos carinhosos ao mesmo tempo que me envolvia em abraços apertados.

– Posso te contar um segredo, titio? – questionou ele.

– Claro que pode, Fabricio! Você pode me contar tudo o que quiser.

– Acho que faz mais ou menos dois anos que eu me convenci e aceitei que era gay, pois me sentia irresistivelmente atraído por seu corpão másculo, e ficava imaginando como seria perder a virgindade para um homem como você. Hoje esse sonho se realizou. Nunca senti nada tão maravilhoso quanto você pulsando dentro de mim, me deixando saborear seu esperma, me umedecendo todo por dentro com ele. Eu te gosto muito, titio Bruno! – confessou ele, me deixando emocionado com aquela sinceridade pura.

– Você é um doce de garoto, Fabricio! Pode acreditar, o prazer que você me fez sentir hoje, eu nunca senti antes. Eu não devia ter sido tão egoísta e feito o que fiz com você, tirando-lhe a virgindade, mas eu também, faz algum tempo, me sinto atraído por sua formosura. Eu te adoro, Fabricio! – revelei.

– Você não foi egoísta, foi amoroso, me fez feliz! – revidou ele, afagando minha barba.

Meu caralho grosso machucou bastante o cuzinho virgem dele, havia sangue entre as nádegas e sobre a toalha que ele judiciosamente providenciara, e que agora me parecia mais um patíbulo onde o abati. Estranhamente não me sentia arrependido, especialmente após a confissão que o Fabricio me fez, revelando que me desejava. Levei-o para ducha e cuidei dele, e daquele cuzinho tesudo no qual me despejei todo. Ele apenas me encarava com o semblante transbordando de felicidade. Depois me ensaboou, ficou deslizando as mãos espalmadas sobre meu corpo, lavou carinhosamente meu cacete e minhas bolas e aceitava meus beijos com um desvelo inimaginável. O que passei a sentir por ele naquele momento não cabia no meu coração; aquilo não tinha nome, mas tinha consistência e uma disposição ferrenha.

O que fazer agora, martelou a minha cabeça durante todo o dia seguinte; quando, ao olhar para aquele molecão de 18 anos, me sobrevinha o mesmo desejo poderoso da noite de prazer que ele me proporcionou. Não encontrei uma resposta satisfatória. Eu só sabia de uma coisa, queria repetir cada atitude daquela madrugada, queria voltar a sentir a boca e as mãos dele por todo meu corpo, queria me derramar dentro do cuzinho do Fabricio o quanto antes.

Meu irmão partiu para a cidade pouco depois do desjejum, deixando o filho com os avós e comigo como planejado. Minha mente calhorda só pensava em como articular um novo encontro com meu sobrinho, ainda dominada pelo prazer que ele me deu. O dia havia amanhecido lindo e ensolarado como todos os outros da última semana, mas o Fabricio não colocou a sunga e fui aproveitar o sol à beira da piscina como fez quando os primos e primas estavam lá. Vestiu uma bermuda comportada e sentou-se com o avô na varanda, observando-o ler seu jornal. Pelo caminhar dificultoso dele percebi que isso era o resultado de eu lhe ter arregaçado o cu, o que me sentir um pulha. Como pude partir para cima daquele cuzinho virgem sem lubrifica-lo adequadamente para minimizar a bestialidade que cometi? Por só pensar no meu prazer! Essa é a única resposta possível.

Não era a primeira vez que essa questão do meu cacete ter dimensões avantajadas, particularmente no diâmetro, me trazia algumas indagações. Seria o problema, apenas o fato de ter mais que um palmo de comprimento e ser muito grosso, ou o fato de eu usá-lo com uma voracidade desmedida? Uma garota dos tempos do colégio foi a primeira a me acusar de tê-la machucado durante o coito, e ter rompido com o namorico que mal contava um mês de duração. A Cristina também me censurou algumas vezes, embora estivesse se sujeitando a tudo para engravidar, houve ocasiões no meio daquela sanha de aproveitar seu período fértil quando me via obrigado a partir para cima dela nos mais bizarros lugares e situações, muitas vezes com o tempo cronometrado, nas quais ela ficava reclamando de ter ficado toda assada após a consumação. Também foram queixas semelhantes que nos levaram a terminar com o sexo no casamento. Quando ficou configurado que não teríamos filhos depois de tudo o que tentamos, ela reclamava de secura vaginal e dizia que meu pau a tinha ferido as entranhas, obrigando-me a interromper o ato e outras vezes se recusando ao sexo. Com a mingua das conjunções carnais, não vimos mais razão para continuar compartilhando o leito conjugal, foi quando passamos a dormir em quartos separados. E, após a noite passada, agora era o Fabricio que se via às voltas com as sequelas causadas pelo meu dote em seu ânus. Quando, atormentado, lhe perguntei se estava tudo bem, se sentia algum desconforto ou dor, ele me lançou um sorriso garantindo que estava tudo bem.

– Sinto apenas o prazer da umidade que deixou em mim, titio! – respondeu, ocultando os sintomas das preguinhas dilaceradas apenas para me tranquilizar.

Pouco antes do final da manhã fui com ele ao supermercado no vilarejo próximo para comprar uns itens que minha mãe havia me pedido. No caminho entrei numa farmácia e comprei lubrificantes. Ao entregar a sacolinha para o Fabricio que ficara no carro enquanto adentrei à farmácia, e ele verificar seu conteúdo, recebi outro daqueles sorrisos estonteantes dele, o que interpretei como um acordão das minhas intenções para com ele. Não devo ser um sujeito muito ajuizado, que tio descabaça o sobrinho molecão deixando seu cu em petição de miséria e, horas depois, lhe mostra indícios de que quer repetir a façanha?

Embora houvessem seis quartos na casa, e apenas o que ele havia ocupado com os primos estivesse com um problema no ar-condicionado, quando meus pais se recolheram o Fabricio bateu à minha porta. Eu havia acabado de sair da ducha e nem terminara de me enxugar quando abri a porta.

– Posso dormir aqui com você outra vez, tio Bruno? – eu quase não ouvi o que ele falou, me desconcentrando com aquele corpão metido numa daquelas suas cuecas peculiares, e sua voz pronunciando meu nome. Cheguei a me engasgar com a própria saliva antes de responder, o que o fez rir.

– Claro que pode! – enquanto terminava de me enxugar, o Fabricio pegou uma toalha de rosto e veio me ajudar a secar os cabelos dos quais ainda pingavam algumas gotas. Que outra prova eu precisava de que aquele garotão tinha se encantado por mim a ponto de voltar para a alcova e para o homem que o desvirginou?

Eu estava sentado na beira da cama e parei de me enxugar sem me preocupar em cobrir meu sexo, deixando-o secar meus cabelos como se estivesse me massageando. Controlei-me o quanto pude antes de levar minhas mãos à sua cintura. Beijei-o ao redor do umbigo e apanhei ambas tetinhas dele amassando-as vigorosamente com as mãos sedentas. Os biquinhos ficaram mais proeminentes e tentadoramente rijos, aproximei a boca de um deles e o circundei com a ponta da língua, o Fabricio arfou fundo e envolveu meu rosto em suas mãos. Minha pica se erguia do meio das minhas pernas como um obelisco, e notar que meu sobrinho olhava para ele cheio de admiração aqueceu meu coração. O pintinho bem formado dele também começava a endurecer quando lhe tirei a cueca, deslizando minhas mãos sobre suas nádegas e coxas. Quando ergui meu rosto para encará-lo, ele se inclinou e beijou minha boca, perdendo-se nos meus lábios e me deixando enfiar a língua em sua garganta. Levei um dedo até o cuzinho dele e tentei enfiá-lo no montículo arroxeado e inchado de suas preguinhas lanhadas, mas o Fabricio ganiu e se esquivou com a dor que isso lhe causou.

– Perdão, Fabricio! Perdão! – apressei-me a desculpar por ser tão insensível.

– Está tudo bem, titio!

– Deite-se de bruços, deixei-me examinar seu cuzinho. – ordenei.

Ele soltou languidamente o corpo sobre a cama, suas curvas e aquela bunda carnuda não me deixavam raciocinar direito. Quando apartei as nádegas constatei que a rosquinha rosada de ontem se afigurava toda edemaciada, com um tom arroxeado e violáceo colorindo as pregas sensíveis. Senti-me um cafajeste por ter feito aquilo com um garoto tão meigo e querido por todos por sua bondade.

– Você não sente dor? – perguntei

– Não, titio! Só quando alguma coisa resvala nele. – respondeu

– Ah, Fabricio, você precisa parar de me chamar de titio, ou tio Bruno com essa voz porque isso me deixa maluco. – confessei. Ele sorriu e disse que me compreendia, pois chamava-me justamente assim, carinhosamente, por gostar imenso de mim. – Também gosto muito de ti, querido! Você pode pernoitar aqui comigo, mas não vamos fazer nada até você estar completamente sarado, combinado?

– Combinado!

Ia ser mais uma noite angustiante, ter aquele corpão resvalando no meu e não poder me apossar dele, era como estar a pagar alguma penitência. Apenas quatro dias depois me atrevi a enrabá-lo novamente, depois de besuntar fartamente meu cacete e o cuzinho dele. Mesmo assim, ele ganiu e até gritou algumas vezes durante o coito se mostrando receptivo e contente com a repetição do sexo. Dormimos entrelaçados depois das transas por toda aquela semana. Eu estava nas nuvens, me sentia rejuvenescido, sentia uma energia que julgava perdida renascendo em mim e, não pensava noutra coisa que não naquele molecão que me deixava constantemente de pau duro, a ponto de precisar disfarçar minhas ereções diante dos meus pais.

Como ia ser de agora em diante? Era outra pergunta que não calava. Viciei-me no meu sobrinho, como abrir mão disso tudo assim repentinamente?

Eu tinha um apartamento no litoral adquirido quando eu ainda era solteiro, que andava abandonado. A primeira coisa solução que me veio à cabeça foi recuperá-lo dos anos de abandono, seria o local ideal para passar os finais de semana na companhia do Fabricio. A Cristina nunca gostou da praia, só me acompanhava para satisfazer meus desejos, um aficionado pelo mar que passara dias memoráveis naquele apartamento quando ainda surfava com uma galera de amigos. Com o passar dos anos, eles foram se casando, tendo filhos e virando pais de família sem tempo para essas estripulias de juventude solteira. A Cristina e eu fomos acompanhando a formação daquelas famílias enquanto ainda restavam esperanças de um dia constituirmos a nossa. O assunto predominante das conversas girava em torno dos rebentos que iam nascendo. Falava-se desde a consistência do coco até infecções que os pequenos iam apresentando. Pais de primeira viagem têm esse hábito horrível e enfadonho de falar de suas crias como se fossem as criaturas mais maravilhosas e especiais da face da terra, sem se dar conta de que seus interlocutores não tem o menor interesse no assunto. Dessa forma, a Cristina e eu ficávamos à margem das conversas, não tínhamos uma cria para endeusar por um simples coco que não saiu na consistência esperada. Eu nunca fui de ficar ouvindo por muito tempo meus amigos se vangloriando dos filhos, mas a Cristina ficava tocada e saía daqueles encontros com a alma em frangalhos. Paramos de nos encontrar com eles e, com isso, o apartamento foi ficando esquecido.

Contratei um empreiteiro e me pus a fazer uns ajustes na distribuição dos cômodos que há tempos perambulavam pela minha cabeça para deixar o imóvel mais funcional.

– Eu pensei que você ia vender aquele mausoléu! – exclamou a Crisitina quando lhe contei que pretendia reformar o apartamento. – Para que gastar dinheiro com aquele lugar se nunca o usamos.

– Talvez eu passe a usá-lo com mais frequência. Penso em passar mais finais de semana por lá. – respondi.

– Faça como quiser! Apenas não conte comigo, você sabe que não sou afeita à maresia e àquela população em clima de férias que não respeita o sossego alheio. – sentenciou ela. Nunca me senti tão feliz com uma decisão dela. O apartamento seria meu e do Fabricio e estaríamos livres para dar continuidade ao que começou na casa de campo dos meus pais.

Havia um porém, eu não tinha comunicado a ele as minhas intenções; já calculava como certo que ele as aceitaria sem pestanejar, ignorando que ele era um garoto jovem cheio de amigos e atividades, e que talvez não se dispusesse a passar dias na companhia de um tio quarentão e carente.

Tão logo as obras terminaram, convidei-o a descer comigo para o litoral. Ele ficou radiante, pois desde a despedida na casa de campo, havíamos nos encontrado poucas vezes durante almoços para os quais o convidei para matar a saudade que sentia de seus sorrisos. O primeiro contato, na realidade, quem fez foi ele, uma semana depois de nossa última transa.

– Oi tio Bruno! Atrapalho? – disse a voz calorosa dele ao celular

– Oi Fabricio! Você nunca atrapalha! O que manda?

– Tem um tempinho para um café esta tarde? Não vou ter as duas últimas aulas e estou com saudades. – eu logo entendi que saudades eram essas, pois eu mesmo estava a me consumir com elas.

– Sim, tenho! – na verdade não tinha, estava assoberbado de trabalho, mas comer o cuzinho daquele garotão havia se tornado minha prioridade. Passei-lhe o endereço de uma cafeteira charmosa onde poderíamos gozar de algumas horas de privacidade.

Ele me esperava quando cheguei, atrasado pelo trânsito. Levantou-se de imediato e me abraçou com o mesmo calor que o tinha feito quando compartilhamos a cama, só isso já me provocou uma ereção, que fiz questão de esfregar em sua coxa, para demonstrar como estava feliz com aquele encontro. Por três horas não nos faltou assunto, a noite se precipitava e aquele encontro não podia terminar com um simples até breve. Acho que ele também esperava por mais, mas se sentia intimidado de me propor algo lascivo. Eu não podia levá-lo para casa, teríamos talvez pouco mais de duas horas até a Cristina regressar do escritório, e eu não queria fazer nada apressado com ele. Precisávamos de tempo, eu tinha que ir devagar, abrindo-o lentamente e sem lhe causar ferimentos ou dor, dando-lhe o devido espaço para que se entregasse a minha sanha. Ponderei muito antes de lhe propor um motel, achando que ele pudesse encarar a proposta como ofensiva e, mais uma vez me enganei.

– Vai ser a primeira vez que entro num motel! – confessou ele, um pouco acanhado, o que fez meu tesão chegar às alturas. Eu estava sendo a primeira vez em tudo no início da vida sexual do meu sobrinho, e precisava fazer com que ele, no futuro, só tivesse boas recordações desse tempo. Ele gemia e ronronava embaixo de mim se contorcendo com a pica atolada até o talo no cuzinho macio; saindo satisfeito, com o rabo inundado de porra, daquele encontro como uma criança que acabara de ganhar um presente.

No final de semana seguinte levei-o para conhecer o apartamento no litoral. Na verdade, ele já sabia da existência dele, estivera algumas poucas vezes comigo e com a Cristina quando era criança durante as férias. Ele pareceu não entender do porquê de eu lhe mostrar o apartamento reformado, até eu mencionar que seria o nosso lugar de encontros, o que o deixou entusiasmado.

– Acha que estou sendo muito atrevido te convidando para esses encontros? – perguntei, pois pensava que um garotão bonito na idade dele tinha centenas de amigos e lugares onde gostaria de estar, ao invés de fazer companhia para um tio quarentão.

– Sei que vou amar cada dia que vamos passar juntos e sozinhos aqui, titio! – respondeu ele, quando o tomei nos braços.

– Seu pai não vai estranhar que você, de uma hora para outra, está se encontrando amiúde comigo?

– Até o momento ele nunca disse nada! Ele confia em você e sabe que estou em boas mãos.

– Isso enquanto não souber o que estou fazendo com você!

– Me fazendo feliz? Acho que ele nunca vai se importar por causa disso! – eu apenas ri da simplicidade com a qual ele encarava o fato de estar dando vazão a seus desejos sexuais com um dos tios.

Eram raros os finais de semana que não passávamos na praia, mesmo durante os meses de inverno. Ele parecia gostar da minha companhia, conversávamos abertamente sobre muita coisa, e eu iniciava as semanas com as energias e o ânimo revigorados pelo sexo prazeroso que ele me proporcionava. Fazia tempo que eu não andava tão bem-disposto, me sentindo jovial.

– Sempre sonhei em ter um veleiro assim, como aquele que está se aproximando do cais. – confessei-lhe durante um almoço no restaurante de um clube náutico nas redondezas do apartamento.

– Sério, tio? E por que nunca realizou esse sonho?

– Quando jovem não tinha como bancar um luxo desses, depois vieram outras prioridades, a Cristina nunca quis partilhar dessa aventura, ela detesta o mar e tudo que se relaciona a ele, o sonho foi sendo encaixotado e esquecido. – revelei

– Cada vez que você me conta alguma coisa do passado fala como se fosse mais velho que o vovô. Você é tão vigoroso, tio Bruno, é um homão super-sexy, tem energia e carisma para dar e vender, não devia abandonar seus sonhos tão cedo. – a réplica dele me surpreendeu. Claro, até enfunei o peito quando ele me disse que eu era um homão super-sexy, mas o que mais me impressionou foi ele ter notado como eu havia abdicado de viver, preso a um casamento fracassado.

– Você encararia uma empreitada dessas junto comigo? – questionei de súbito

– Eu? Eu toparia na hora! Está mesmo pensando em ter um barco?

– Um veleiro! Quero um veleiro! Quero aprender a manejá-lo, a fazer suas velas dominarem o vento, fazer com que deslize sobre o mar e me leve a lugares paradisíacos e quase inacessíveis da nossa costa. Não é uma loucura?

– Não é não, tio! Pode apostar que eu vou embarcar nele com você! – asseverou ele. Não me contive e fui abraçá-lo, tascando-lhe um beijo na boca sem me importar com quem estava à nossa volta. A vida estava me dando um filho pronto, e que comungava das mesmas fantasias que eu, não podia haver homem mais feliz do que eu naquela tarde quando percorremos o cais e começamos a perguntar sobre veleiros à venda.

– Custa-me a entender o que está se passando com você, Bruno! Tenho a impressão de que está vivendo a crise dos quarenta. Cada hora é uma novidade estapafúrdia que você inventa. Não acha que está na hora de aquietar o facho, você não é mais nenhum garoto para procurar aventuras. – disse-me a Cristina quando abordei o assunto do veleiro. Nada podia ser mais emblemático de que já não tínhamos mais nada em comum, a não ser aquela certidão guardada numa gaveta qualquer que atestava que éramos casados.

Não me deixei demover pela opinião dela. Gastaria uma pequena fortuna, é certo, para adquirir o veleiro, mas estaria realizando aquele sonho adormecido. Meus irmãos também acharam que eu estava passando por alguma crise de identidade; no entanto, sabendo que nunca fui um homem completamente realizado, acabaram por me incentivar a dar asas à imaginação.

Depois de um mês de procura em anúncios, marinas e indicações de um pessoal do clube náutico ao qual me associei junto com o Fabricio, finalmente nos vimos diante de um Bavaria Cruiser 46 com menos de dez anos de fabricação, três cabines, três velas sendo uma mestra, uma genoa e uma gennaker, uma parafernália de última geração para uma navegação segura, e demais utilidades, luxos e comodidades que o vendedor nos descrevia entusiasmado. O Fabricio e eu demos uma troca de olhares, depois de mais de uma dezena de veleiros visitados, parece que havia unanimidade pela preferência daquele.

– É esse? – perguntei, quando vi que ele tinha se apaixonado pelo veleiro.

– É esse, se você concordar! – respondeu-me ele. Fechamos negócio.

Nos inscrevemos para o exame de capitão amador que seria realizado dali a pouco mais de três meses; enquanto isso, frequentávamos as aulas teóricas e práticas de mestre amador, certificado obrigatório para a obtenção do de capitão amador. Também contratei um instrutor particular que foi nos dando todas as dicas e instruções de como conduzir o veleiro, que rebatizamos com o nome de Notus, o vento sul que traz tempestades no final do verão, em referência aos quatro Anemoi, os deuses dos ventos na mitologia grega. No entanto, já durante as primeiras vezes que pusemos o veleiro a zingrar, me arrependi de não ter prestado muita atenção ao sujeito, focando-me apenas em suas referências como instrutor.

O sujeito era um tipo atlético, bronzeado, por volta dos trinta anos, com mais músculos proeminentes do que seriam necessários, e uma tatuagem sobre cada um dos bíceps desenvolvidos, o que lhe conferia um ar de informalidade que também se expressava em sua personalidade bonachona. Não se podia confirmar suas preferências sexuais, mas quando ficava próximo ao Fabricio de sunga, não lhe perdia um único movimento sequer, e se via obrigado a lidar com ereções inoportunas. Foi a primeira vez que me vi sentindo ciúmes do Fabricio. O camarada tinha a seu favor a idade que, embora fosse quase o dobro da do meu sobrinho, ainda assim era cerca de uma década menor que a minha. Eu nunca havia pensado nisso antes, dado que meu entrosamento com o Fabricio foi se dando tão naturalmente que a questão da idade nunca transpareceu. Contudo, esse sujeito veio a jogar esse desassossego na minha mente. Ele cercava o Fabricio como um lobo cerca um cordeiro, ávido e faminto pelo volume de suas nádegas e pelo temperamento inocente. Ao nos explicar alguma manobra, como filar o barco ao vento, como arribar até o vento a favor por alheta, como abrir as velas em ‘asa de pombo’ e por aí vai, ele se dedicava com muito mais afinco nas explicações que dava ao Fabricio do que a mim, aproximando-se tanto dele que seus corpos chegavam a se tocar intencionalmente. Eu sentia ganas de o estrangular, de lançá-lo ao mar, de enfiar-lhe um murro no meio das fuças; mas era o Fabricio, com seu jeitinho educado, que mantinha o sujeito nos limites, o que me parecia, o deixava ainda mais alucinado por se ver repelido.

Cheguei a pensar em proibir o Fabricio de usar aquelas sungas, mas considerei que estaria fazendo um papel ridículo. Que direitos eu tinha sobre ele para lhe proibir alguma coisa? Manter relações sexuais com ele não me dava o direito de conduzir sua vida. Ademais, ele é jovem está descobrindo os prazeres da vida, pode conhecer pessoas e escolher suas amizades e paixões, sem que um ditador enciumado lhe tolha o caminho fazendo cobranças descabidas. Jamais havia me sentido tão vulnerável, o fato de eu o poder perder a qualquer momento surgiu em paralelo com aquele sujeito sentindo forte tesão pelo Fabricio. Esses dois sentimentos, ciúmes e vulnerabilidade, me apoquentaram durante os dois dias da nossa segunda sessão de aulas práticas, mantendo-me casmurro, ao mesmo tempo, alerta e vigilante, e alheio às instruções que o sujeito nos passava.

– Desanuvie esses pensamentos, tio Bruno! É você quem eu quero, só a você! – asseverou o Fabricio na primeira noite que passamos a bordo, quando ele foi deslizando sensualmente sua mão para dentro da minha bermuda para tirar meu cacete e cair de boca sobre ele. Me desmanchei todo, ele compreendeu o que se passava comigo e tratou restabelecer minha autoconfiança.

Sorri feito um aparvalhado, ele preferia a mim e não ao sujeito mais novo e com pinta de galã. Deixei-o mamar minha rola até me despejar em sua boca, tomando-o na sequência em meus braços e metendo-a toda em seu cuzinho, enquanto ele cobria meu rosto e boca com seus beijos carinhosos. A intimidade entre o Fabricio e eu havia se consolidado. Ele já não se mostrava mais tão tímido e, quando queria que eu o fodesse, se enroscava todo em mim, pegava e acariciava meu falo até o deixar duro como uma rocha, me beijava com o furor ardendo nas entranhas e no cu. E, nunca perdeu o costume de me chamar de titio, ou tio Bruno, quando me queria como seu macho nos momentos íntimos, pois sabia que apenas isso já era o suficiente para incendiar meu tesão.

Pouco mais de um ano depois de obtermos nossa habilitação de capitão amador, nos aventuramos, mais confiantes, em nossa primeira viagem em mar aberto até o litoral da costa nordeste, adentrando pelo caminho em alguns portos para conhecer as cidades e reabastecer o veleiro com viveres, água potável, combustível e o que mais nos faltasse para desfrutar daquele mês de férias. Aquelas semanas a bordo tiveram para mim o gosto de uma lua-de-mel; ridículo um homem feito como eu romantizar algo desse tipo. Mas, foi assim que me senti a cada noite que fazíamos sexo com as escotilhas abertas através das quais se contemplava o céu estrelado; e as manhãs em que acordava enrodilhado no corpo do Fabricio, muitas vezes com o cacete ainda engatado no cu galado dele; ou quando ele andava completamente nu pelo convés, chegando a perder a brancura das nádegas onde a sunga as cobria e ganhar um bronzeado que embaralhava meus pensamentos e atiçava meu falo.

Continuamos a velejar quase todos os finais de semana. Trocamos o antigo veleiro por um maior e mais moderno cerca de quatro anos depois de obtermos nossas habilitações. O Fabricio concluiu a faculdade e está trabalhando numa grande construtora; não perdeu seu jeitinho meigo e carinhoso, embora tenha se tornado um homem cujo trabalho exige responsabilidades e decisões firmes.

Não penso muito no futuro, nem traço planos para ele. Vivo o presente, vivo plenamente aquilo que me é possível no agora. A felicidade não está naquilo que se espera no futuro, ela existe no presente, em cada pequeno acontecimento, e é por isso que eu vivo intensamente cada momento ao lado do Fabricio, sem ficar pensando muito se um dia haverei de perdê-lo para alguém de sua idade. O Fabricio está sempre nesse presente, compartilhando tudo comigo. Nossa estreita ligação, depois de tanto tempo, gerou algumas inquietações na família. Aquele era um comportamento incomum entre tio e sobrinho, mas ninguém nunca teceu algum comentário a respeito, preferindo guardar para si eventuais suspeitas e questionamentos.

Não fui agraciado com o amor de um filho, mas o amor que esse garotão sente por mim supera qualquer expectativa. Ele ainda é, e sempre será, meu garotão. Fez trinta anos há pouco, continua solteiro, lindo e cobiçado, nunca apresentou uma namorada ou namorado, e ainda me procura como seu homem com a mesma voracidade de uma fêmea no cio.

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