O dia que fodi meu primeiro cu

Boa pinta, num corpão atlético e musculoso com quase um metro e noventa de altura e pouco mais de cem quilos, cara de macho que uma rola bem desenvolvida validava, eu nunca tive dificuldade para atrair a mulherada e foder suas bucetas. Desde a adolescência eu me destacava entre os colegas do colégio, tanto nos esportes quanto na conquista das meninas mais gostosas. Nem meu nome, Ronaldo, encurtado entre a família para Aldo e, mais constrangedoramente para a minha avó de Aldinho, impediam meu sucesso, embora fora de casa eu adotasse um dos meus sobrenomes, Brandão, que me soava mais viril e condizente com a minha compleição física. Aliás, desde a puberdade eu me achava mais macho do que o restante da molecada, pois tinha a maior rola dentre eles. O que também me levou a ser mais ousado e encrenqueiro, devo admitir. Fora meu vocabulário que tinha mais palavrões

do que o recomendado para uma pessoa educada, coisa que eu achava ser típica de viados. Aos trinta e cinco anos eu tinha amealhado algumas conquistas. Era dono do meu próprio negócio, uma empresa que fabricava e instalava esquadrias metálicas sob medida para obras civis. Estava no quinto ano de casamento, com uma garota que namorei por sete anos. Tinha adquirido nossa casa própria poucos meses antes de nos casarmos. E, falávamos sobre a possibilidade de termos nosso primeiro filho, uma vez que minha mulher entrava num período mais tranquilo em termos profissionais, depois de montar uma loja em sociedade com a irmã. Enfim, estava tudo indo bem até que a reviravolta começou.

Uma nuvem negra paira sobre a minha cabeça há alguns meses. De uma hora para outra, minha vida já sempre agitada e certinha deu uma quinada com a qual eu nunca havia sonhado e, o pior, para o lado ruim.

Os negócios começaram a desandar. Perdia clientes antes mesmo dos meus serviços serem contratados e, quando conseguia algum de menor porte, enfrentava problemas com a entrega e qualidade dos mesmos, muito embora exercesse uma vigilância constante sobre meus funcionários. Em resumo, a grana começou a ficar curta.

Minha mulher já não era a mesma com a qual me casei. Andava sempre muito ocupada com os assuntos da loja, viajava com a irmã para cima e para baixo sob a justificativa de adquirir produtos para a loja que começava a experimentar um boom com as vendas online, e tinha pouco tempo para minhas necessidades, especialmente as do meu cacete. Quando a prensei contra parede, meio que dando um ultimato entre mim e os negócios, ela facilmente optou pelos negócios e pelo sujeito que eu nem desconfiava existir. E, lá estava eu, em meio a um processo de divórcio que consumia ainda mais meus parcos recursos. Ainda por cima, contratei um advogado que no decorrer da causa se mostrou um completo incompetente, me fazendo perder metade da casa e da empresa onde minha mulher jamais havia contribuído com um único centavo.

Fodido até as tampas, fiquei feliz quando finalmente entrou um serviço de porte. Eu contava com ele para me tirar daquele sufoco, pelo menos nos negócios. Tratava-se de todas as esquadrias em alumínio para uma mansão que um empresário estava construindo no litoral. Do resultado desse empreendimento, dependia até meu futuro, uma vez que a referência dele quanto aos meus serviços certamente abriria as portas para outros daquele porte. Só que assim que comecei a fazer as entregas das primeiras peças, vi que aquilo não seria a moleza que eu achava que seria. Parecia que tudo estava dando errado. Eram peças que tinham sido montadas erradas na empresa que ficava em São Paulo e que eu precisava ficar gastando horas para tentar acertar na obra com menos recursos e maquinário. Foi o caso de ter sido parado numa blitz da polícia rodoviária sem estar de posse das notas fiscais da mercadoria que estava no caminhão e que ficaram sobre a minha mesa no escritório, além da minha carteira de motorista que estava vencida havia três meses e da qual me esqueci completamente de renovar em meio ao tumulto pelo qual minha vida passava. E, que só consegui contornar molhando as mãos dos dois policiais que me pararam na blitz, o que acabou por levar toda a grana que eu tinha na carteira começando a me dar um prejuízo maior do que todo o dia de trabalho que tinha pela frente.

Aquele dia em particular tinha começado com o pé esquerdo. Além da blitz, o empresário resolveu fazer uma vistoria nas obras da casa, uma vez que estava passando as férias com a família num condomínio ali perto. Normalmente ele visitava as obras só aos finais de semana, quando eu não estava lá. Minha única pedra no sapato era o arquiteto que tinha feito o projeto da casa e era o responsável por acompanhar a obra, determinando junto ao engenheiro e ao empreiteiro todo o detalhamento de cada passo. Caio era o nome dele. Se muito, devia ter uns trinta anos, cuja cara de moleque escondia por completo. No entanto, aquele jeitão jovial que, para ser sincero, devia ser seu cartão de visitas pois era requisitado por uma clientela top, camuflava um sujeito muito detalhista e exigente. Embora ele tivesse contratado quase toda a mão-de-obra terceirizada da empreitada, não tinha sido ele a contratar meus serviços, isso tinha sido feito diretamente pelo empresário, mas tinha sido encarregado de acompanhar a instalação das esquadrias conforme constavam em seu projeto.

Meus problemas com o Caio começaram já nas primeiras esquadrias que entreguei e comecei a instalar. Tratava-se das portas venezianas de correr das suítes que davam para as varandas que circundavam a parte superior do sobrado. Fazia uma tarde com um calor insuportável, eu e dois dos meus funcionários lutávamos desde aquela manhã para fazer os ajustes no conjunto de esquadrias que simplesmente não entravam no vão de alvenaria deixado pelos pedreiros e, segundo minha previsão, continuaríamos até o início da noite sem ter conseguido completar a instalação. Foi quando o Caio apareceu para vistoriar a obra. Depois de uns três quartos de hora fazendo acertos com o empreiteiro, ele veio até mim. Fazia seguramente uns 35 graus naquela tarde escaldante, ele parecia ter saído da ducha naquele instante, vestido numa bermuda e numa camiseta polo despojadas, a cabeleira vasta e um pouco comprida sofisticamente desalinhada pelo vento, um frescor na pele que o perfume cítrico acentuava e, uma determinação que só se comparava a de um leão caçando.

– Boa tarde Sr. Brandão! Como vai o serviço? – ele já tinha passado aquele olhar investigativo no que eu estava fazendo, mas não sei o que me deu naquele momento, que resolvi não deixar aquele sujeitinho me criticar, pois ultimamente era só o que vinha parar nos meus ouvidos, vindo de todos os lados possíveis. Eu também não gostava de ser chamado de Sr. Brandão, me fazia parecer um ancião desde que minha mulher se separou de mim e, como tínhamos praticamente a mesma idade, eu achava que aquele ‘senhor’ soava mais como uma forma educada que ele havia adotado para tratar com pessoas subordinadas. E, eu não me considerava seu subordinado, muito pelo contrário, era dono do meu próprio nariz.

– Boa tarde Sr. Caio! Tudo conforme o planejado! – respondi, entoando aquele ‘senhor’ com ênfase e irritação, tentando fazer da mentira uma verdade, uma vez que tudo parecia ter fugido do planejado.

– Tem certeza? – caralho, o moleque ia colocar defeito no meu trabalho, como se já não bastasse eu estar me fodendo em adequá-lo, ali no improviso, à custa de muito suor.

– Tenho! – respondi secamente, sem interromper o que estava fazendo, para que ele se tocasse que eu não estava para conversa furada.

– O senhor seguiu o que estava no projeto que lhe entreguei? – continuou ele, apesar da minha indiferença.

– Se não o tivesse seguido não estaria aqui com a esquadria pronta. – devolvi rispidamente, pois aquele assunto estava consumindo as minhas forças já desgastadas pelo calor.

– Não é o que está me parecendo! Todos os conjuntos de correr estão do lado contrário do projeto que lhe dei. – era óbvio que ele não se deixaria enganar. Eu tinha constatado a falha assim que tentei encaixar a esquadria naquela manhã, mas o fato de ela abrir da esquerda para a direita e não do contrário, não faria diferença alguma para quem a manipulasse. No entanto, era esse detalhe que estava a me consumir todo um dia de esforços. – Eu não vou aceitar esse serviço, Sr. Brandão! Pode providenciar a mudança segundo o projeto que lhe entreguei. – o moleque estava me dando uma ordem na frente dos meus funcionários como se eu fosse um menino que acaba de fazer uma cagada e estava sendo repreendido pelos pais. Meu sangue ferveu. Mas tinha que admitir que ele estava certo, e engoli os palavrões que estava prestes a soltar.

Arranquei toda aquela merda e a trouxe de volta para a empresa, tinha que refazer praticamente tudo, o que me custaria mais três ou quatro dias antes de poder voltar à instalação, e mais prejuízos.

Voltei à obra quase no final daquela semana difícil, pois para completar minha desgraça, tive o carro roubado, sem seguro, na porta da empresa. Segui para o litoral bem cedo, uma para fugir da fiscalização, e outra, para iniciar o quanto antes os trabalhos e poder voltar sem ter que pagar muitas horas extras para os funcionários, tanto que levei apenas um deles e meu cunhado desempregado para me ajudarem naquele dia. No meio da manhã o empresário apareceu na obra, bateu despojadamente nas costas do empreiteiro como se fossem velhos amigos, mas veio até mim com um – bom dia – lacônico. Minutos depois apareceu o Caio, todo vaporoso e perfumado, óculos de sol e vestido como se fosse um turista sem compromissos. Ele e o empresário só faltaram se beijar, o que mostrava a intensidade da afinidade que possuíam entre si. Não demorou até estarem lado a lado observando meu trabalho como duas aves de rapina. Eu estava confiante, não gostava que ficassem de olho enquanto eu trabalhava, mas contava entregar aquela porra antes do final da tarde e curtir meu fim de semana merecido.

– O senhor já deve ter reparado que a fechadura da porta está invertida, não já, Sr. Brandão? – caralho, do que é que esse moleque está falando agora, filho da puta? E lá estava a cagada, até um cego podia ver.

– Como isso passou batido? – questionou o empresário, embora ele só tenha se tocado depois que o Caio fez o comentário.

– Isso não chega a ser um problema, é só inverter a fechadura! – exclamei, sem ter olhado com atenção para o problema.

– É um problema sim, Sr. Brandão! Desse jeito, a chave ao ser inserida fica com o serrilhado voltado para cima e, nem que fosse possível inverter o miolo, a fechadura não fica correta. Ela precisa ser removida do batente, o que significa refazer todo esse lado da esquadria. – o moleque estava certo, mais uma vez, e eu fodido e mal pago, pagando mico novamente na frente de todos. – O senhor está com dificuldade em seguir meu projeto? Posso lhe auxiliar se for o caso! – era só o que me faltava, esse fedelho me ensinando a fazer meu serviço.

– Estou fazendo exatamente o que está no seu projeto, Sr. Caio! – devolvi enraivecido.

– O senhor está com o projeto aí com o senhor?

– No momento não, estão na empresa. Aqui não preciso dele.

– Não é o que está me parecendo!

– Mas é exatamente como está nos teus desenhos! – exclamei, me controlando para não explodir ali mesmo.

– Seja homem e admita que se enganou mais uma vez, Sr. Brandão! Esses enganos estão atrasando a obra que dependem dessas instalações para seguir a diante. Se o senhor tem dificuldades, fale comigo antes de trazer coisas erradas e perder tempo tentando remediá-las aqui na obra. – sentenciou. Eu estava a um passo de esganar aquele mauricinho filho da puta. O Caio foi até o carro, pegou os desenhos e os abriu diante dos meus olhos e do empresário, comprovando o que afirmava.

Contrariado com os atrasos, o empresário ficou de papo com o Caio por alguns minutos junto ao carro antes de deixar o canteiro. Certamente estavam metendo o pau no meu serviço. E, aquele moleque me mandando ser homem ainda estava entalado na minha garganta. Era só olhar para ele e para mim para ver quem é que era o macho ali. Descontei minha raiva no funcionário e no meu cunhado, dois imprestáveis que além de me serem de pouca serventia, ainda presenciaram aquela cena e também, certamente, a levariam ao conhecimento de outros.

Levei mais dois dias para consertar a cagada na empresa, antes de regressar ao litoral, para a terceira tentativa de instalação. Já saí puto de São Paulo, pegando um trânsito ferrado em toda descida da serra e chegando a obra na hora do almoço, meio dia perdido. O Caio me esperava. Depois de tanta cagada, ele não ia mais sair do meu pé. Não deu outra, ele ficou rondando como se fosse um cão de guarda, só esperando um vacilo meu para me devorar. Tudo ia bem até a colocação dos arremates junto à alvenaria. As peças que eu trouxe não cobriam toda a extensão do vão e precisavam ser mais largas. Foi uma questão de segundos para o Caio ver o que estava acontecendo.

– Trago peças mais largas amanhã, junto com a próxima esquadria. – afirmei, como solução para o problema. Que eu ia foder com a vida do empregado que tinha feito aquelas peças eu ia. Já estava cheio de tanta merda sendo feita enquanto eu precisava me ausentar da empresa.

– Esteticamente vai ficar uma merda, com o perdão da palavra, Sr. Brandão! O senhor acha que o dono vai aceitar isso assim? Que tipo de trena o senhor usa para medir esses vãos que estão com um acabamento impecável? É só medir corretamente e fabricar as peças de acordo que elas vão se encaixar como uma luva, qual a dificuldade nisso? – questionou, o almofadinha. O sangue nas minhas veias parecia vapor numa caldeira prestes a explodir.

– Posso ter uma palavrinha consigo, Sr. Caio, em particular? – indaguei, seguindo com ele até um dos cômodos nos fundos da parte superior do sobrado, onde haviam sido empilhados alguns materiais e tabuas que ainda seriam utilizadas na obra.

Ao me certificar de que estávamos distantes o suficiente dos demais, eu o agarrei com uma gravata pelo pescoço e o lancei sobre o material empilhado. Ele se debateu tentando se livrar do meu braço que lhe impedia de respirar. Lancei-o sobre aquele amontoado de coisas, apertei a cara dele contra as tabuas ásperas, arranquei a bermuda dele, fazendo com que dois botões saíssem voando e expus aquela bunda carnuda que a preenchia. Ele se debatia na tentativa de se livrar, mas eu comprimia cada vez com mais força aquela carinha de bom moço naquela superfície dura. Abri minha braguilha e tirei minha pica lá de dentro, duas pinceladas naquele reguinho liso a deixaram dura feito aço. Com uma estocada bruta meti a caceta no cuzinho dele, fazendo-o gritar feito uma putinha ensandecida. Eu ia dar umas três ou quatro espetadas naquela rosquinha rosada, só para ele ficar sabendo que tinha provocado o macho errado. Eu não sabia se ele era viado, mas depois do que eu ia fazer com ele, no mínimo, ele ia sair falando fino. Depois daquele primeiro grito, quando senti que rasguei o cu dele, ele deixou apenas alguns ganidos de dor saírem de sua boca, como se não quisesse dar o braço a torcer. Eu tinha acumulado tanta raiva nos últimos meses e aquele safado ia pagar por ela. Na quarta espetada que tinha alojado todo meu caralho no cuzinho dele, eu estava pronto para dar por encerrada minha vingança. Contudo, ao iniciar o movimento para tirar a pica lá de dentro, foi que percebi como aquela rosquinha estava apertando minha rola. Parecia que eu estava com um elástico ao redor da pica comprimindo e agasalhando o tesão que começava a sentir com aquilo. Soquei o cacete mais uma vez até o fundo, meu saco foi espremido por aquelas nádegas lisinhas e quentes, e ele gemia feito uma cadela.

– Isso é para você aprender a não se meter comigo! Quem é que não está assumindo que não é homem aqui? Ainda tem dúvida de quem é o macho? Vamos, fala para mim quem é o homem aqui agora! – berrei, sem parar de foder aquele cuzinho até sentir que ia gozar.

Pensei em tirar a rola do cuzinho dele antes de gozar, mas não sei o que me deu. Eu estava há meses sem trepar, a separação e o processo desastroso do divórcio, os problemas nos negócios, tudo tinha contribuído para eu esquecer que tinha uma libido e que minha pica estava precisando se desafogar. Eu continuava apertando o pescoço dele, mantendo a cabeça dele contra as tabuas ásperas, deixando minha raiva seguir seu caminho. Senti um tremor no saco, ele pareceu se contrair, e comecei a gozar. A porra saia aos jatos, libertadora, tirando de mim um peso que eu carregava havia tempos, e era despejada naquele cuzinho aos borbotões. Eu arfava feito um touro, tinha me agarrando ao tronco do Caio, sentia como ele também respirava agitado, como seu corpo todo tremia, como seu coração batia tão forte que parecia querer sair pela boca. Fiquei montado nele, esperando minha respiração se acalmar, minha consciência voltar a me situar na realidade, minha pica começar a amolecer. Ele parecia uma gazela abatida debaixo de mim, ainda sem compreender direito o que tinha acontecido. Comecei a puxar lentamente o caralho para fora daquele buraquinho úmido, até sentir que a cabeçorra estufada engatou no anelzinho apertado dele e, então, com um movimento abrupto, saquei a pica do cu dele. Ouvi não mais do que um ganido quando minha rola atravessou os esfíncteres rasgados e ensanguentados dele.

– Da próxima vez não vou arrancar apenas sangue do cu, mas vou estourar tua fuça, se voltar a se meter comigo novamente! Estamos entendidos? – berrei, com o corpo todo tremendo de tanta agitação e confusão dominando meus pensamentos diante do que tinha acabado de fazer. Ele não reagiu, tentava ficar em pé quando o deixei.

Voltei para junto dos meus funcionários como se nada tivesse acontecido. Mandei que se preparassem para sairmos dali, enquanto me encaravam como se fossem dois aparvalhados, pois repentinamente me passou pela cabeça que ele podia chamar a polícia ou algo nesse sentido, e tudo o que eu não precisava era mais uma encrenca na minha vida. Vi quando ele passou por nós caminhando com dificuldade com aquele cu arregaçado e se dirigiu até o carro, partindo sem dizer palavra.

– O que aconteceu com você Brandão? – ousou perguntar um deles.

– Aconteceu que botei para foder, e é o que vou fazer com vocês se não andarem rápido com essa merda! Bando de vagabundos que só servem para me aporrinhar! – despejei. Nenhum deles voltou a falar comigo, nem durante o trajeto de retorno à São Paulo.

Cheguei em casa bastante tarde, tinha passado num bar depois de sair da empresa e tomado mais do que deveria. Por sorte, não fui parado por uma blitz numa avenida já perto de casa, pois seria mais um problema a ser contornado. Meu estômago estava embrulhado, vaguei pela casa até vomitar todo aquele álcool ao qual não estava habituado. Arranquei as roupas e me joguei na cama, estava suado e fedido, mas isso não me importava naquele momento. O que tinha acontecido comigo? Que porra de vida eu estava levando? E o cuzinho daquele moleque, o que tinha sido aquilo? Eu arrebentei com ele, rasguei até sangrar, fodi o cara num acesso de insanidade e raiva. Não sei quanto tempo fiquei rolando na cama, nu, fedendo a testosterona, até cair no sono, me sentindo um delinquente, enquanto uma comichão gostosa fazia minha pica se lembrar do cuzinho apertado daquele arquiteto presunçoso e sabichão. Eu estaria fodido se ele registrasse um boletim de ocorrência numa delegacia me acusando de estupro, ou se me processasse por isso. Que porra de vida!

Por precaução, mesmo que isso significasse atrasar mais ainda o andamento das instalações, não apareci na obra nos dois dias seguintes. Se o Caio tivesse acionado a polícia, não me encontrariam. No dia em que recomecei os trabalhos, ele apareceu na obra já perto da hora do almoço. Aproximou-se de onde estávamos, mais uma vez lutando para conseguir encaixar a esquadria no vão de alvenaria, para conferir o andamento do serviço. Ele agiu como se nada tivesse acontecido. Não fosse o esfolado do lado esquerdo de seu rosto, que eu havia comprimido e esfregado contra as tábuas ásperas durante a contenção para o coito causando uma abrasão da pele na região da têmpora e da lateral da mandíbula, parecia não haver outras lesões, ao menos visíveis, que atestassem o que eu tinha feito com ele.

– Bom dia senhores! – cumprimentou educadamente. Só os dois funcionários que estavam comigo responderam. – E o mesmo problema se repete, não é Sr. Brandão? Já o previno desde agora que não tente contornar o problema colocando outro arremate mais largo deste lado como tentou fazer na esquadria do outro quarto, não vou aceitar esse remendo! – sentenciou em seguida, ao constatar que eu enfrentava a mesma dificuldade com essa janela. Foi o que bastou para me deixar ainda mais puto do que eu já estava, pois ele tinha coragem isso eu precisava admitir.

– Perdeu a noção do perigo? – perguntei, ao me postar a centímetros dele e praticamente rosnar as palavras em sua cara. Ele não se deixou abalar pela minha ameaça, me encarou com firmeza, com aquele par de olhos de um verde tão intenso que chegavam a hipnotizar. Por uns segundos cheguei a vacilar ao ver aquela abrasão na pele de seu rosto, ela não combinava com a harmoniosa suavidade que havia nele. Porra do caralho, eu não ia me sentir culpado por aquilo, nem pensar!

– O senhor é um amador, Sr. Brandão! – exclamou ele num tom obstinado.

Que porra era essa? O que ele estava querendo dizer com ‘amador’? Ele não estava falando do serviço cheio de imperfeições, ele se referia a mim. Eu um amador? Será que ele esqueceu que eu fodi o rabo dele até arrancar sangue daquele cuzinho? Será que ele estava pondo em xeque a minha masculinidade na frente dos meus funcionários? Ele não seria louco e imprudente a esse ponto. Eu um amador? Será que ele já fodeu um décimo das bucetas que eu fodi? Só podia ser brincadeira! Amador, eu? Ele, sem dúvida, estava falando do meu desempenho durante a porra daquela enrabada, só podia ser. Se aquilo foi amadorismo, o que ele entendia sobre trepar que eu não sabia? Inferno da porra! Só me faltava essa, esse sujeito todo arrumadinho me jogar na cara que minha trepada foi coisa de amador. Puta que o pariu! Minhas mãos já estavam se fechando intuitivamente para dar um soco naquela carinha de bom moço, mas eu precisava não perder a cabeça, pois já tinha feito besteira demais e era bom não abusar da sorte. Nisso apareceu o empreiteiro solicitando que ele fosse verificar outro ponto da obra que precisava das orientações dele. Observei detalhadamente aquela bunda que se afastava. Aquilo não era bunda de macho. Macho que é macho não tem uma bunda como essa, tão exuberante, roliça demais, sedutora para caralho. Eu um amador, vê se pode uma coisa dessas! Todas as mulheres com quem estive sempre me elogiaram depois de as ter comido, e agora me vem esse mauricinho metido a besta me dizer que eu sou um amador. Que merda!

Eu resolvi ficar numa pensão até o final daquela semana para não gastar com idas e vindas diárias que, além do consumo de combustível, pedágio, alimentação e desconforto estavam me cobrando mais do que se ficasse por lá mesmo com meus funcionários. O Caio não apareceu na obra por dois dias, o que me deixou intrigado por dois motivos. Onde estaria e o que estaria planejando às minhas costas? Não havia um único instante em que esse sujeito não me saia da cabeça. Durante o dia, enquanto estava trabalhando, era atormentado com o que constatava estar errado e que ele certamente apontaria assim que colocasse os olhos na cagada. À noite, demorava para pegar no sono, atormentado por ele me achar um amador, e por não conseguir me livrar daquela sensação de sentir o cuzinho apertado dele agarrado na minha pica. Merda do cacete, só me faltava sentir tesão no cu daquele desgraçado. Por onde andaria aquele puto?

Tive a resposta ao regressar para São Paulo no final da sexta-feira. Ele passou dois inteiros na empresa, tocando o terror nos meus funcionários, pondo-os a trabalhar enquanto faziam hora devido a minha ausência, cometendo todo tipo de cagada que depois me custaria horas para contornar. Segundo eles, o sujeito praticamente esfregava na fuça deles os desenhos que tinha feito, conferindo as medidas a cada passo e até os ensinando a interpretar o projeto e fazer medidas certas para que tudo saísse nos conformes. Inicialmente fiquei puto, era abuso demais. A lição que tentei dar nele não tinha servido para absolutamente nada, ele se metia nas minhas coisas sem a menor cerimônia. Como se eu fosse um completo incompetente, incompetente não, amador! Porra do caralho! Será que eu precisava mesmo quebrar a cara dele para que se tocasse? No domingo à tarde, diante da televisão assistindo a um jogo de futebol e tomando umas cervejas largado sobre o meu sofá, me toquei de que ele não estava querendo me ferrar, pelo contrário, estava tentando salvar o serviço que o empresário tinha contratado e que ele só queria que saísse conforme o planejado. Fazia tempo que eu queria dar um esporro nos meus funcionários, eu sabia que estavam fazendo corpo mole e que não estavam nem aí quando eu tinha que me ausentar da empresa. O Caio os chamou na chincha e os botou para trabalhar, como eu certamente jamais teria conseguido fazer. O fato é que as duas esquadrias que foram construídas naqueles dois dias, coisa que costumava demorar a semana toda, se encaixaram como uma luva nos vãos de alvenaria quando os instalei na obra. Me senti um completo imbecil. O sujeito não era fraco, sabia o que estava fazendo, até naquilo que não era de sua alçada. Bem, eu não ia me desculpar por causa disso, nem pensar. Afinal, ele tinha me chamado de amador, e isso não dava para engolir, continuava entalado na minha goela feito uma espinha de peixe. O pior que esse amador não se referia ao meu trabalho, mas ao meu desempenho sexual, eu estava cada vez mais convencido disso quando me lembrava de suas palavras ecoando na minha mente. Amador o cacete, eu sou é muito macho, havia pelo menos uma centena de mulheres que podiam atestar o quanto eu era macho, mesmo que nunca nenhuma delas tenha me deixado foder o cuzinho delas. Eu até que tentei algumas vezes, mas ao verem o meu cacete, até as mais vadias se recusaram a deixar eu enfiar minha estrovenga no rabo delas. Portanto, como é que numa única enfiada o Caio podia afirmar com tanta convicção que eu era um amador? Essa porra de pensamento não me dava sossego.

– Sei que nosso contrato prevê uma multa pelo atraso na entrega das esquadrias, mas eu gostaria de ver com o senhor se seria possível aceitar um atraso de duas semanas sem a aplicação dessa clausula? – perguntei ao empresário, num dia em que ele vistoriava a obra com o Caio, pois eu já estava pagando para trabalhar naquela empreitada mal conduzida. Meus gastos com material que precisou ser descartado, uma enormidade de horas-extras de funcionários e a necessidade de refazer muita coisa já superava em muito o que eu havia cobrado. Essa multa, se aplicada, ia acabar comigo de vez.

– O que você acha Caio, dá para tolerar esse atraso sem que prejudique o andamento do restante da obra? – era tudo o que eu não precisava ter ouvido. Dependia do cara que eu enrabei salvar a minha pele.

– Vou dar um jeito! Terei que fazer alguns ajustes, pedir que outros fornecedores atrasem um pouco suas entregas, e creio que tudo se resolve, mesmo que tenhamos algum atraso na entrega final da obra, coisa de alguns poucos dias, não mais. – respondeu ele para meu alívio.

– Confio na sua capacidade! Deixo nas tuas mãos essa questão. – respondeu se dirigindo ao Caio. – Tudo bem, Sr. Brandão, duas semanas, não mais do que isso, compreendeu? – devolveu o dono da obra. Não fosse assim eu estava fodido de vez, talvez tivesse que fechar a empresa, eu já estava literalmente falido.

Passei dias pensando se devia me desculpar com o Caio e agradecer sua ajuda, mas não encontrava uma maneira certa para fazer isso, sem me sentir humilhado. Os dias passaram, a obra acabou e eu não disse nada. Que se foda, pensei comigo, tinha pisado na bola e pronto, já era. Passei mais de mês remoendo essa situação, queria chutar o pau da barraca, mas não conseguia. Tinha uma tal de consciência que vinha me azucrinar.

Pouco mais de um mês depois de finalizado o serviço, o Caio me apareceu na empresa no meio de uma manhã chuvosa. Assim que ele entrou, notou que o ritmo ali dentro não passava de passos de tartaruga. Apenas dois funcionários trabalhavam num servicinho que não renderia mais que alguns trocados.

– Bom dia, Sr. Brandão! – não, não era um bom dia, e ele ainda me chamava de senhor Brandão, o que me fazia parecer um ancião em final de jornada, já que os negócios iam de mal a pior. E a energia em sua voz, o tônus daquele corpo esguio e o perfume que vinha dele, cujas nuances eu ainda tinha bem vívidas na memória, me faziam sentir um derrotado.

– Bom dia, Caio! – tentei dar à voz um tom enérgico, mas que convencia pouco.

– Tem como o senhor me fazer um orçamento para essa obra? – indagou, desenrolando sobre a minha mesa o projeto de um edifício residencial de dezoito andares com quatro unidades habitacionais por andar. Um baita projeto, algo que nunca antes tinha entrado na empresa. – Preciso que orce todas as esquadrias especificadas nesse detalhamento anexo, mais algumas que ainda estou terminando de projetar, mas que lhe entrego dentro de alguns dias. – emendou, tão pacificamente que eu me senti ainda mais culpado por ter tido aquele acesso de raiva que me levou a foder seu cuzinho.

– Sim, tenho! – balbuciei numa voz estarrecida. Eu mal podia acreditar naquilo. Ele estava me trazendo o maior serviço que já tive, mesmo depois de tudo o que aconteceu entre nós. – O início da obra é para logo? – emendei, com o coração em jubilo quase saltando pela boca.

– O edifício já está pronto, estamos na fase de acabamentos, é quando o senhor entra com seu serviço, um mês e meio, talvez dois para as primeiras entregas. – respondeu ele.

Eu teria que injetar um gás na empresa, contratar urgentemente mão-de-obra, correr atrás dos melhores fornecedores de material e, a toque de caixa, pôr tudo a funcionar. Assim que entreguei o orçamento, em uma semana, recebi o retorno de que havia sido aceito e que a obra era minha. Pairava no ar uma única questão, por que o Caio estava me ajudando, depois do que fiz com ele? Passei dias tentando encontrar uma resposta, sem sucesso. Os dois funcionários que haviam restado, também não acreditavam nesse retorno, embora não soubessem com certeza se eu tinha mesmo fodido o cuzinho do arquiteto naquele dia fatídico.

– Salvou sua pele, hein Brandão? – comentou um deles. O mal de funcionários antigos é que ficavam folgados. Mas, verdade seja dita, ele tinha razão.

– Larga a mão de ser folgado, Getúlio! Vá encher o saco das tuas negas! – devolvi zangado.

– Porra, foi só um comentário! Você devia é fazer um agrado para o sujeito, isso sim! – resmungou ele em resposta.

– Eu sou lá homem de ficar fazendo agrado para macho? Pau no teu cu, que eu vou ficar de rapapés com ele só porque me trouxe serviço. Negócios são negócios, não tem nada a ver com outras frescuras. – retorqui.

Um agrado, que agrado, cacete? Eu estava em débito com ele, mas como é que se agrada alguém, ainda mais outro homem? Eu não era desse tipo. Mulher a gente agrada com uns amassos, umas palavras melosas sussurradas no ouvido, uma pica enfiada na buceta, mas um cara como o Caio não tem como agradar. Minhas noites viraram um verdadeiro inferno. Não se passava uma única sem que, ao me deitar sozinho na cama larga, não fosse atormentado por aquela comichão na rola, aquela sensação daquele cuzinho me apertando enquanto aquele vaivém delicioso massageava toda ela. Toda aquela porra não tinha durando mais do que uns três, se muito, quatro minutos até eu leitar aquele cuzinho macio e quente, por que raios dos infernos eu ainda pensava naquilo? Tinha sido meu primeiro cuzinho, essa podia ser uma explicação lógica, mas não me satisfazia, embora tivesse sido minha melhor foda, apesar de ter sido a mais rápida que já dei. Depois de dias, resolvi que ia convidar o Caio para um jantar num restaurante bacana, podíamos discutir algumas questões do orçamento. Estava na cara que ele ia recusar uma babaquice dessas, não éramos amigos, não éramos nada além dois sujeitos envolvidos no mesmo objetivo profissional, por que ele aceitaria um jantar comigo? Eu podia pedir desculpas por aquele dia, depois de umas duas taças de vinho, é claro. Mas, e daí, isso ia mudar o quê? Ideia de jerico, esquece!

– Podíamos discutir essa questão durante um jantar numa noite qualquer dessa semana, o que acha? – acabei por proferir durante uma conversa ao telefone com o Caio. Na verdade, as palavras escaparam da minha boca sem controle, tinha algo lá no fundo da minha mente determinando as coisas à minha revelia.

– Esta semana? Estou meio ocupado, para ser sincero, bastante ocupado, tenho trazido trabalho para casa e trabalhado até tarde. – respondeu ele. Claro, estava me dispensando.

– E no sábado à noite? – aonde eu estava querendo chegar com aquela insistência sem fundamento? O cara estava me evitando, só queria mesmo um relacionamento profissional.

E eu queria o quê? Claro que eu não queria nenhum relacionamento além do profissional com ele. Ou será que não? Que cazzo! Eu queria provar mais uma vez aquele cuzinho delicioso, onde a minha pica teve as mais maravilhosas sensações que já experimentou. Puta que pariu, será que virei viado? Não delira, Brandão! Tu só quer aquele cuzinho, tu só quer botar teu caralho lá no fundo dele e dar uma boa leitada naquele rabão. E você acha que o Caio vai topar uma sandice dessas? Se liga, o cara não está nem aí para você, um sujeito bronco que nem sabe lidar com as dificuldades sem soltar um monte de palavrões ou partir para a agressão. Se ele for do tipo que gosta de uma rola, a tua certamente seria a última com a qual ele se envolveria.

– Ok, Brandão! Sábado à noite no restaurante que você sugeriu para mim está ótimo! Às nove, tudo bem? – eu não acreditei no que estava ouvindo. Ele topou, e não me chamou de senhor.

– Perfeito! Até lá! Abraço! – exclamei feito um adolescente animado com o primeiro encontro.

Desde então não faço outra coisa que não contar os dias e horas que faltam para nos encontrarmos, na minha determinação de conquistar o bonitão e convencê-lo a dar o cu para mim outra vez. Porque eu vou me esbaldar naquele cuzinho. Ah, se vou! Nem que seja a última coisa que faço nessa vida. Vamos ser sinceros, aquilo foi bem demais!

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