Perdi meu cabaço para o mecânico

Perdi meus pais ainda criança num acidente de carro provocado por um motorista embriagado e sem habilitação dirigindo em alta velocidade na contramão de uma rodovia. Após a tragédia, da qual tenho vagas lembranças, embora não tenha estado com eles quando ocorreu, mas que me foi relatado, na ocasião, para que eu pudesse compreender porque nunca mais voltaria a vê-los. E também, para que soubesse do motivo de ter de me mudar para a casa da tia Madalena, o único parente que me restava.

Tia Madalena era a irmã mais velha da minha mãe, dez anos para ser mais exato, e morava numa cidade do interior com o marido. Eram um casal sem filhos por algum motivo que eu desconhecia, pois ela era uma quarentona opulenta e fogosa quando fui viver com eles. No mesmo ano em que concluí o ensino fundamental, ela ficou viúva, dois anos depois do marido ter sido diagnosticado com câncer.

Ela era uma mulher batalhadora, nunca dependeu de homem para se sustentar, embora o marido tenha lhe deixado o suficiente para levar uma vida confortável. Também era a mulher mais generosa que eu conhecia, não só por me abrigar e cuidar da minha criação, mas por ajudar a todos que precisavam. Esse espírito desprendido, a fez dar guarida a uma sobrinha do marido chamada Cecília; moça feita, com certos atributos e um tanto quanto espevitada, que não podia ver um par de calças sem ficar com as partes íntimas molhadas. Ela tinha vindo morar conosco para ajudar minha tia na loja de roupas femininas que ela tinha num shopping center da cidade, e que lhe ocupava praticamente todas as horas do dia. Quando não estava viajando para outras cidades a fim de contatar novos fornecedores e pesquisar por recentes tendências de moda, ela recebia representantes de confecções e acompanhava a contabilidade do negócio.

Por ela ser muito atarefada, eu passava muito tempo sozinho em casa, tendo como única companhia, um schnauzer de pelagem sal e pimenta de porte médio, que batizei de Gray no dia em que o ganhei como presente de aniversário. Morávamos numa casa confortável, sem luxos supérfluos, com um pequeno jardim na entrada e um quintal com alguns pés de frutas, dentro de uma pequena vila com uma dúzia dessas casas que tinham basicamente a mesma distribuição interna dos ambientes, e se localizava numa rua paralela a uma das avenidas de comércio da cidade.

Eu acabei me acostumando ao entra e saí de homens que vinham procurar pela Cecília quando minha tia viajava. Ela me subornava com tudo que um jovem adolescente da minha idade poderia desejar, e eu fazia vista grossa para aqueles caras parrudos que costumavam circular pela casa só de cueca ou completamente pelados, exibindo seus dotes avantajados sem o menor pudor. Assim como, para as sacanagens que proferiam nos ouvidos dela quando estavam transando no quarto adjacente ao meu, de onde se podia ouvir os gemidos dos coitos tórridos que praticavam.

Dizem que ninguém se transforma em homossexual, mas que já nasce gay e isso começa a transparecer quando se entra na puberdade. Não duvido que isso seja verdade, mas acredito que o meio em que se vive também favorece e direciona essa inclinação; o quanto, eu não saberia dizer. O que eu sei, é que no meu caso, ter contato constante com aqueles rapagões pelados de troncos musculosos e cacetes sensuais balançando entre suas pernas peludas, me levou a gostar e sentir tesão pelos machos, mais do que por qualquer garota, por mais linda que fosse. Obviamente, esse era um segredo que eu não compartilhava nem com a minha sombra, temendo que me taxassem de veado.

O problema é que à medida em que crescia e entrava na puberdade, meu corpo relutava em adquirir as características físicas dos demais garotos da minha idade. Ganhei altura, mas poucos músculos, apenas o bastante para delinear um corpo esguio. Ganhei um rosto harmônico, mas imberbe. Ganhei coxas grossas, mas sem pelos. Ganhei um tórax de ombros largos, mas ele também foi contemplado com um par insinuante de tetinhas que deveriam ter uma aparência menos feminina. E ganhei uma bunda carnuda e proeminente que parecia não saber a hora de parar de se avolumar. O resultado desse crescimento peculiar foi ser enquadrado como veado pela molecada da escola, o que minha personalidade tímida e retraída só fazia ser mais verdadeiro. Aquela turma da pesada zoava direto comigo e eu tive que aprender a conviver com isso se quisesse me tornar alguém na vida. Para completar, a maioria das minhas amizades era feminina. Eu não sei porque as garotas gostavam tanto de mim, enquanto os rapazes só gostavam de curtir com a minha cara. Eu tinha uns poucos amigos homens, mas eles também não faziam aquele tipo muito machão e, tanto quanto eu, tinham sua masculinidade questionada.

Era durante as aulas de educação física que a coisa pegava. O uniforme do colégio exigia que os shorts azuis com listras laterais brancas entre as quais se abria uma generosa fenda que chegava quase até o cós fossem complementados por uma camiseta branca com o emblema do colégio bordado no peito em tons de azul, fossem o requisito obrigatório para adentrar às quadras. No meu caso, aquele short, por mais largo e folgado que eu o comprasse, não conseguia esconder a protuberância da minha bunda, muito menos a dobra de junção entre ela e as coxas, e que sempre se abria durante os exercícios, expondo para a molecada cheia de testosterona nas veias parte das minhas nádegas lisinhas. De todos os professores, o que eu mais odiava era justamente o de educação física. Além de gostar de exibir seu físico atlético que, diga-se de passagem não era lá aquelas coisas, principalmente se comparado a muitos dos caras que a Cecília trazia para dentro de casa, ele parecia sentir prazer em sempre me alocar no time dos descamisados quando organizava as atividades. Avexado até a raiz dos cabelos por estar me sentindo quase nu diante da galera de moleques assanhados, as aulas de educação física se afiguravam como um verdadeiro castigo, e eu fugia delas o mais que podia; ora trazendo um atestado médico, ora inventando um entorse que mal me permitia mover algum membro, ora simplesmente faltando dentro do limite de faltas permitidas para não ser reprovado. Mesmo assim, não ficava livre das zoações, uma vez que todos já conheciam os atrativos do meu corpo.

Meu mais ferrenho algoz no colégio atendia pelo nome de Paulão, um brutamontes ao qual a alcunha no aumentativo fazia jus. Ele liderava a gangue da pesada da minha turma, uns quatro ou cinco retardados que tinham dificuldade de alcançar as notas mínimas em cada disciplina, mas que riam em concordância com todas as besteiras que o Paulão proferia. Não raro eles me encurralavam num canto e zoavam comigo até alguém aparecer ou até se cansarem. Nesses ataques, bolinavam com a minha bunda, arriavam a minha calça querendo provar que meu pinto era pequeno, beliscavam meus mamilos até eles ficarem arroxeados e me obrigavam a todo tipo de humilhação que lhes vinha à cabeça.

Do Paulão eu tinha verdadeiro pavor. Os demais eram apenas agressivos quando não estavam em grupo. Nenhum deles nunca me abordou sozinho, o que só provava o quão covardes eram. Já o Paulão não precisava de testemunhas para agir, e eu tinha para mim que ele se excitava quando zoava comigo, pois a maneira como seus olhos brilhavam escondia uma cobiça pelo meu corpo que ele mal conseguia disfarçar. Entre tudo que fazia comigo, ele me impôs que fizesse todos os trabalhos que os professores nos passavam, uma vez que não tinha paciência para fazê-los ele mesmo, o que lhe roubaria preciosas horas que dedicava a jogar futebol com os amigos. Assim, toda vez que um professor passava um trabalho, eu me via obrigado a redigir dois trabalhos, o meu e o ele, sempre tendo o cuidado de não deixá-los muito parecidos para que ninguém desconfiasse de nada. Se o meu trabalho fosse contemplado com uma nota maior do que a dele, vinha o pior dos castigos, que o cínico deixava a minha escolha, levar uma surra ou chupar o pau dele. As surras tinham me deixado marcas que minha tia questionou e, para as quais meu arsenal de desculpas já não convencia mais. Restou-me chupar o cacetão dele, num terreno baldio próximo ao colégio onde crescia um matagal alto e que podia ser acessado por uma parte quebrada do muro alto que o cercava. Fazer o boquete não era de todo ruim nem desagradável, tinha lá seu quê de excitante, mas ser forçado a fazê-lo era humilhante e tirava todo o tesão da coisa.

Por outro lado, eu tinha entre ídolos do cinema, atletas esportivos e outros caras que me despertavam tesão e faziam meu cuzinho piscar, o meu maior desejo de consumo, Jairão, o mecânico parrudo e tesudo dono da oficina mecânica pela qual eu passava todos os dias a caminho do colégio ou quando saía para passear com o Gray. A oficina ficava na avenida de comércio, a uma quadra de casa e atraía a minha atenção pelos garotões musculosos enfiados em macacões de mangas curtas que deixam à mostra seus braços peludos e vigorosos, e que costumavam trabalhar com o zíper aberto até o umbigo devido ao calor que era uma característica da cidade, permitindo que se contemplassem seus torsos viris, alguns dos quais revestidos de pelos que os deixavam ainda mais sexys e sedutores.

Raramente passava uma garota ou uma mulher pela calçada que não recebia assobios e cantadas baratas vindas do interior da oficina. Muitas, na verdade, desviavam seu caminho só para serem assediadas com aquelas baixarias, e saiam dando risadinhas de contentamento por terem seus atributos reconhecidos, mesmo que não fossem lá grande coisa. Com o tempo, eu percebi que alguns deles também ficavam me encarando quando eu ia para o colégio, mas não passava disso ou, quando muito, abriam um sorriso e soltavam um – Oi – me reconhecendo por fazer o trajeto habitualmente. Eu sempre respondia, também com um sorriso e um – Oi – que geralmente ficava meio engasgado na minha garganta devido a timidez. No entanto, quando fazia meus passeios com o Gray preso a coleira, geralmente usando um short e uma camiseta, um ou outro começou a assobiar uns – fiu fiu – lá de dentro quando seu olhar se fixava na minha bunda e nas coxas grossas e lisas que saiam sensualmente dele. Eu costumava ficar vermelho feito um pimentão e apressava o passo, especialmente quando quem assobiava era o Jairão.

A fama de garanhão do Jairão era conhecida na cidade toda. Todos se perguntavam o porquê daquele sujeito bonitão e charmoso de 39 anos ainda estar solteiro quando um bocado de garotas e mulheres, mesmo casadas, já tinham sentido o cacetão dele arrombando suas vaginas. Esse era um dos motivos pelos quais muitos homens não permitiam que suas esposas fossem sozinhas até a oficina quando tinham algum problema com o carro. Diziam as más línguas que bastava uma menina começar a ter peitinhos para ele não poupar sua bucetinha. Eram fofocas, que as já passadas da idade e que não atraíam nem mais o espéculo do ginecologista com suas bucetas encruadas, espalhavam pela cidade, e que eram repetidas sem comprovação de sua veracidade. Alguns gays também juravam de pé junto que ele tinha arrombado seus cuzinhos, sendo sua oficina rota obrigatória para todo aquele que não fazia questão de esconder sua preferência por machos cacetudos, onde afirmavam estar os melhores bofes da cidade. Contudo, ninguém podia negar, especialmente as que caíram em suas mãos, que ele podia formar um verdadeiro harém com as mulheres que já sentiram sua virilidade pulsando em suas vaginas. Ele não fazia alarde disso, pelo contrário, procurava negar as fofocas e exibia um riso indecifrável quando lhe perguntavam de seus casos amorosos.

Todo esse falatório ao redor da pessoa dele, acrescido do físico indiscutivelmente atraente me levava a ter sonhos eróticos com ele me proporcionando prazeres que eu com minha inexperiência nem era capaz de imaginar. Porém, esses sonhos algumas vezes me faziam acordar com a cueca e a bermuda do pijama todas esporradas. Afora esses sonhos eu não dava bandeira de ser homossexual, guardando só para mim esse segredo. Bem como mantinha uma discrição em tudo que dizia e como agia, sem nenhum trejeito que pudesse me denunciar, mesmo quando me interessava por algum carinha.

Sempre que passava diante da oficina eu dava um jeito de verificar se ele estava por lá, metido naquele macacão aberto deixando minha imaginação vagar com aquele peito peludo, e seu rosto anguloso que aparentemente só era barbeado uma vez por semana e ficava envolvido numa barba que lhe dava uma aparência viril e um pouco desleixada. Apesar do macacão ser um pouco folgado, não disfarçava o volumão junto a coxa esquerda dele, e que era sua marca registrada, pela qual a mulherada e os gays tanto suspiravam.

A tia Madalena quase nunca precisou dos serviços do Jairão, ela trocava os carros em média a cada três anos quando raramente apresentavam algum problema. Já a Cecília tinha um carro mais usado que vivia a lhe deixar a pé, e o Jairão ou um de seus rapazes precisava ser convocado para resgatá-la. Foi após a vinda dela à nossa casa que passei a ter mais contato com o pessoal da oficina, uma vez que eles não estavam apenas interessados no carro problemático como também das curvas generosas e na facilidade com a qual a Cecília se mostrava disponível para os homens. Tenho para mim, que todos eles já tiraram uma casquinha da safada afogueada.

Dessa vez eu ia ficar mais dias sozinho em casa, pois as duas foram participar de uma semana de moda e ao mesmo tempo contatar novos fornecedores para a loja. Ficar sozinho em casa não era nenhum problema, eu me virava bem na cozinha e a empregada que vinha duas vezes por semana dava conta da faxina e do cuidado com as roupas. Uma vez que ficariam fora, a Cecília levou o carro que não precisaria usar para ser feita uma revisão. Eu vi nisso um pretexto para entrar na oficina como se estivesse interessado no andamento do conserto, embora tudo o que estava debaixo do capô de um carro me fosse tão familiar quanto a astrofísica. Interessava-me na verdade pelos físicos parrudos cobertos pelos macacões.

Naquela semana fui à oficina, à tarde, após as aulas, levando o Gray pela guia como se estivesse apenas passeando com ele. Também foi a primeira vez que resolvi ser um pouco ousado vestindo propositalmente aquele short do uniforme de educação física para ver se os mecânicos teriam a mesma reação que a galera do colégio. Estávamos em pleno verão e, portanto, não era exagero algum sair por aí num traje tão sumário e revelador.

Normalmente era o Gray que chamava mais a atenção das pessoas com seu jeito amistoso de pular e querer brincar, para só depois começarem a puxar conversa comigo. Na minha primeira visita à oficina, a coisa se inverteu, aquele bando de machos suados só tinha olhos para aquelas nádegas branquinhas que a fenda do short mal cobria. Foi um tal de interromper o que estavam fazendo para ajeitarem os cacetes que involuntária e repentinamente começaram a ter vontade própria. Minutos depois, já meio que cercado por eles fingindo quererem brincar com o Gray, só se viam as ereções consumadas entre as pernas deles. Nunca tinha sido acometido de um frenesi como o que tomou conta de mim naquele momento, meu cuzinho simplesmente começou a piscar alucinado e o calor abrasador que já era sufocante, me deixou ainda mais atormentado pelas sucessivas ondas de calor que percorriam meu corpo. Aquele bando de machos estava ouriçado por mim, como se meus feromônios estivessem assinalando que eu estava no cio. Foi um prazer indescritível que nunca tinha sentido antes. Não fosse o decoro a me censurar, eu teria baixado o short e dado o cuzinho virgem para cada um deles se saciar o quando lhe aprouvesse. Me senti uma verdadeira bicha, me senti uma putinha das mais assanhadas.

– O que é que está acontecendo aqui? Pelo que me consta, o expediente ainda não terminou! Vão caçar o que fazer, bando de tarados! – ordenou o Jairão aos rapazes que tinham se aglomerado ao meu redor para poderem ver mais de perto aquela bunda tesuda dando moleza.

– Oi Jairão! – cumprimentei, com o rabo faiscando.

– Oi Rafinha! – devolveu ele, também dando uma bela sacada nos meus glúteos.

Eu não imaginava que ele soubesse meu nome e, pronunciado por sua boca sensual ele nunca tinha soado tão bonito. Enquanto isso, meus olhos escrutinavam, desde o pescoço até pouco abaixo do umbigo, tudo o que a abertura do macacão deixava à mostra. Só voltei a pousar na terra quando estava encarando o contorno volumoso do caralhão dele, enquanto ele falava nem sei o quê.

– Hã? Ah, tá! Sim, isto é, o que foi mesmo que você disse?

– Falei que a revisão fica pronta ainda essa tarde. Foi preciso substituir apenas duas peças, trocar o óleo do motor e substituir a lâmpada do sinalizador de direção do lado esquerdo. – sabe-se lá aonde eu estava que não ouvi isso tudo. Naquele tórax fortão e peludo, com certeza.

– A Cecília está viajando com a minha tia, não precisava tanta presa!

– Ela me disse, mas preciso de espaço na oficina e como era coisa pouca fizemos o trabalho.

– Eu não sei dirigir! Não tenho como vir buscar o carro.

– Não se preocupe! Sei que é novinho demais para ter habilitação, mas eu levo o carro lá na sua casa quando fechar a oficina.

Pergunta se depois disso eu tive um segundo sequer de sossego, meu cuzinho não parava de piscar, só com a oportunidade de rever aquele machão e, na minha casa, dá para acreditar? O que eu ia fazer? Convidá-lo a entrar, com certeza; oferecer um cafezinho, seria o mínimo, em retribuição ao favor dele. Só um cafezinho? Quem sabe acompanhado de um pedaço de bolo; mal a ideia surgiu, já saí correndo em direção a uma confeitaria nas proximidades. E o que mais? A sala estava impecável, tudo limpo e organizado, a empregada tinha vindo ontem. E meu quarto? Será que ele estaria a fim de conhecer meu quarto? Para que raios da porra um homem feito e ocupado ia querer conhecer seu quarto, sua besta? Não custava tentar, vai que aquele jeito como me encarou na oficina se repete e ele fica com tesão na minha bunda. Ah! Isso é o mais importante, vestir algo que a valorize, quem sabe até, sem camiseta, aí ele também admira meu tronco, não é lá muito musculoso, mas os músculos são bem torneados. Vale a pena tentar. Só por aí o leitor consegue avaliar a ansiedade que tomou conta de mim.

Dezoito e vinte, o interfone toca duas vezes, eu atendo e, pelas câmeras, já vejo o Jairão diante do portão do condomínio, abro o portão e corro em direção à porta de entrada da casa, metido apenas num short de malha. Quanto menos ele precisar tirar, melhor. Essa foi a ideia quando perdi mais de meia hora decidindo o que vestir. Ele estacionou o carro na garagem e veio em minha direção com as chaves nas mãos. Funcionou, os olhos dele se arregalaram quando me viu sorrindo para ele.

– Aí está, Rafinha, revisado e tinindo! – exclamou. Ó céus, ele não tirou o macacão! Delícia!

– Valeu! Obrigado pela gentileza! – devolvi com uma expressão que eu podia jurar dizia, entra e vem me enrabar.

– Não por isso! Depois, quando a Cecília voltar mando o valor do conserto, OK?

– Ela me pediu para perguntar quanto foi, que ela vai fazer uma transferência para a sua conta. – Informei.

– Não é necessário, depois ela acerta!

– Você é muito legal, Jairão! Obrigado! – devolvi.

Não sei o que deu nele quando lhe fiz o elogio, mas dava para sentir que estava querendo chegar em mim e estava hesitante.

– Ia passar um café, você aceita? – eu precisava colocar esse macho para dentro, abrigado das vistas de eventuais curiosos, talvez assim a hesitação dele desaparecesse.

– Claro! Um cafezinho ia cair bem! – respondeu, me seguindo. Eu nem precisava olhar para trás para saber que os olhos dele estavam grudados na minha bunda.

O que se confirmou quando chegamos à cozinha e me pus a preparar o café. Encostado no balcão ele ajeitava o cacetão que tinha endurecido durante o trajeto. Preparei tudo e o servi, ele não tirava os olhos de mim.

– Você deu uma bela espichada nesses anos desde que te vi passando a caminho do colégio pela primeira vez. – começou, devorando o pedaço de torta de chocolate. – Virou um rapagão lindo! Aposto que as meninas fazem fila para ficar na sua companhia. – continuou, jogando verde para ver se eu dava uma abertura.

– Acertou! – respondi, tímido.

– Com quantas já namorou?

– Nenhuma! São só amigas! Garotas sempre serão apenas amigas, nada mais. – devolvi, lançando a isca.

– Então, aposto que são os rapazes que não te dão sossego, acertei?

– Mais ou menos! Eles me aporrinham, isso sem dúvida!

– Só aporrinham? Com essa sua bunda devem ficar de pau duro, como o meu está agora. – provocou, voltando a manipular a jeba dentro do macacão.

– É, acho que ficam! – exclamei, com o rosto em brasa.

– Vem dar uma mamada nele, eu sei que você é chegado numa rola! E a minha está toda melada! – instigou, fazendo jus à sua fama e tirando o cacetão babado para fora.

Engoli em seco quando vi aquele troço enorme e grosso. Fiquei paralisado por uns instantes, não pela timidez de avançar sobre uma pica daquele tamanho, mas por receio mesmo. Eu sabia que se começasse a atiçar o Jairão, deixando-o maluco de tanto tesão, ele ia querer enfiar aquilo no meu cuzinho e a desproporcionalidade ia me deixar arregaçado.

Percebendo que eu hesitava, ele veio na minha direção, colocou uma daquelas suas mãos enormes na minha nuca e me forçou a ficar de joelhos diante dele, a centímetros do caralhão pingando pré-gozo.

– Chupa! – ordenou, trazendo meu rosto para junto de sua virilha pentelhuda.

Acanhado, peguei na rola pesada na qual começavam a se salientar as veias por onde corria o sangue em pulsações regulares. A chapeleta era tão grande e se destacava do restante da pica que precisei abrir minha boca ao máximo para poder abocanhá-la, antes de envolvê-la com meus lábios que sugavam o melzinho aromático e viscoso.

– Caralho, moleque, que boquinha aveludada. Mama, tesão, mama que é toda sua! – grunhiu ele, em êxtase.

A pica do Jairão era deliciosa, suculenta, e eu chupava e sorvia seus fluidos delirando de prazer. Aos poucos, fui lambendo e chupando toda a caceta que ele ficava tentando enfiar na minha garganta me sufocando. Minhas mãos deslizavam sobre a barriga peluda e trincada dele, mergulhando de quando em quando na virilha, acariciando e massageando o sacão globoso. Ele gemia, se contorcia, socava minha cabeça para dentro dos pelos pubianos como se estivesse fodendo a minha boca.

– Isso veadinho do caralho, chupa minha pica, chupa sua putinha! – ordenava ele, com firmeza e até brutalidade.

Submisso, eu obedecia. Trabalhei uns dez minutos na verga antes de ele gozar esporrando uma abundância de jatos cremosos na minha goela. Eu os engolia prontamente para não sufocar, sentindo o sabor másculo escorrendo garganta abaixo.

– Tesão da porra! Sua putinha safada, é disso que tu gosta não é, leitinho de macho! – grunhia ele, com os dentes cerrados, envolvo no tesão.

A porra que ficou ao redor dos meus lábios ele tirou com o polegar e enfiou na minha boca para não desperdiçar uma gota sequer daquele preciso néctar. Eu o encarava encantado, nunca tinha estado com um macho como o Jairão. Ele também me encarava, sorrindo e embevecido. Puxou-me para junto dele e grudou sua boca na minha num beijo devasso e demorado, enquanto amassava minha bunda com suas mãos ávidas. Eu retribuía deixando a língua dele vagar pela minha boca me devassando com seu sabor viril. Espalmei a mão sobre o peito dele, afagando carinhosamente aqueles pelos que, por uma trilha ao centro desciam até se encontrarem com os da virilha. Os braços musculosos e peludos me envolviam, me fazendo sentir o calor do corpão dele. O Jairão cheirava a macho, um perfume almiscarado que emanava de seu corpo suado misturado ao cheiro de graxa, de óleo e agora, de porra e sexo.

Um frenesi me percorreu a espinha quando senti a mão dele entrando no meu short e tirando-o de cima das minhas nádegas. Dava para sentir a mão áspera deslizando sobre a minha pele arrepiada e quente em direção ao meu reguinho.

– Vou foder o seu cu! Pede sua putinha, pede para o Jairão foder o seu cuzinho! – ronronava ele, sem desgrudar a boca da minha. – Veadinho lindo do cacete, você é um tesão, sabia?

Soltei um gemido quando ele enfiou o primeiro dedo no meu cuzinho, movendo-o em círculos na rosquinha que ele sentia piscar, e que ficava atiçando. Eu já não racionava direito, só pensava em dar o cu, em sentir aquela verga intrépida entrando fundo em mim. Entre os gemidos eu pronunciava o nome dele, o que o deixava cada vez mais louco.

– Ai Jairão! Jairão, ai! Jairão! – balbuciava, sentindo aquele dedo impudico explorando meu cuzinho.

– O que tem o Jairão? Fala o que você quer do Jairão, fala putinha! Você quer que o Jairão enrabe esse cuzinho apertadinho, quer? – minha resposta era dada através dos beijos cada vez mais libertinos, que eu lhe dava enquanto chupava sua língua e saboreava sua saliva.

Levei-o até meu quarto, arranquei o short e voltei a brincar com o caralhão dele que estava tão duro quanto uma rocha. Ele se despiu, me lançou de bruços sobre a cama e abriu minhas pernas e meus glúteos, para admirar a rosquinha plissada e rosada no fundo do reguinho imaculadamente liso. A primeira linguada sobre as preguinhas me fez gemer novamente, em meio a espasmos por todo o corpo que me faziam contorcionar. O Jairão me lambeu, mordeu as nádegas deixando marcas avermelhadas cravadas com os dentes, beijou-as cada vez que eu gemia de dor. Com a ponta da língua enfiada na portinha do meu cu, ele fodia as preguinhas sensíveis do meu ânus, num delírio que eu jamais sonhei sentir. Ele me puxou até a beira da cama e, segurando as bandas da minha bunda aberta, começou a pincelar o caralhão ao longo do reguinho, detendo-se sobre a rosquinha piscante. Eu estava nas nuvens, gemia de tanto tesão e empinava o rabo me oferecendo por inteiro.

Quando ele começou a forçar a cabeçorra contra meu orifício diminuto, o pavor tomou conta de mim, aquilo não ia passar pelos meus esfíncteres sem me rasgar todo. A cada forçada mais firme, ele se distendia ao máximo e ainda estava longe de dar acesso ao cacetão grosso. Comecei a sentir dor e tentava escapulir tirando o cu da reta. Ele me agarrou pela cintura e me encoxava com força, me forçando a submissão. Mandou que eu parasse de me mexer e, guiando o caralhão sobre a portinha do cu em mais uma tentativa, deu uma estocada forte fazendo a chapeleta atravessar meus esfíncteres e entrar com tudo na minha fendinha virgem.

Ai, Ai, Ai, Jairão! Ai, meu cuzinho, Jairão! Devagar, está me rasgando! Para, por favor! Eu sou virgem, não estou aguentando! – gritei alucinado com aquela dor dilacerando minha carne e me arrebentando o ânus.

– Conta outra, sua putinha safada! Apesar de você ser deliciosamente apertado, aposto que não tem mais nenhuma preguinha virgem nesse cu. – retrucou ele, continuando a me estocar obstinadamente.

– Ai, Ai, para Jairão, para! Eu juro, nunca dei o cu! – exclamava eu, implorando para que não me machucasse tanto.

– Você faz esse joguinho com todo cara que está te enrabando? Pode até dar mais tesão, mas comigo não cola, veadinho tesudo! Eu sei que você é uma putinha! Ou você acha que eu já não te vi umas duas vezes naquele terreno baldio mamando a caceta de um colega parrudinho do colégio? Boto a minha mão no fogo que a molecada toda já meteu a piroca nesse rabo. – insistia ele, sem parar de me foder.

– Ele me obriga a chupar a rola dele, eu juro! Se eu não chupar a pica dele e fizer os trabalhos escolares ele me dá uma surra, acredite em mim, não estou mentindo. Eu já apanhei dele algumas vezes, por isso não me recuso mais a fazer os boquetes. – revelei.

– Caralho, Rafinha! Isso é verdade? – questionou, parando de bombar meu cuzinho.

– É verdade, Jairão! Juro para você! Você é o primeiro homem para quem eu dou o cu, acredite! – confessei, ganindo.

– Porra de moleque, por que então apareceu na oficina se oferecendo para todo mundo feito uma putinha safada, como se quisesse ser enrabado por aquele bando de machos? – questionou.

– Não sei o que deu em mim. Eu só queria dar para você. Faz tempo que sinto tesão quando te vejo, e pensei que vestindo aquele shortinho e me insinuando descaradamente, você também ia me desejar. – confessei.

– Tesão de moleque ingênuo, você podia ter se dado mal se eles resolvessem te foder um atrás do outro, como você deixou transparecer. – afirmou.

Ele ainda estava com a pica completamente atolada no meu cu, tinha parado de me estocar, o que não aliviou a dor que estava sentindo. De repente, ele ficou meio perdido, sem saber se continuava a me foder ou não. Eu arfava, continuava debruçado à mercê dele, e não sabia se ia aguentar aquele macho enorme até ele se satisfazer. Meu corpo tremia nas mãos dele.

– E você só fala isso agora, que já te arrebentei as pregas! Por que não falou antes, nem lubrificante eu usei, caralho! Pensei que esse cu estava acostumado e levar rola. Está doendo muito? – a voz dele começou a ficar carinhosa e protetora, eu me desmanchava de tesão nos braços dele.

– Dói quando você soca com força, quando você fica parado como agora é muito gostoso! Não fica bravo comigo, Jairão! – murmurrei sensual, pois a última coisa que eu queria era que ele parasse de me enrabar.

– E quem consegue ficar bravo com você, Rafinha? Seu garoto sapeca, meu cacete está quase estourando de tanto tesão. – retrucou

– Eu sempre quis ser seu, Jairão! Sei que você deve ter um bocado de garotas muito mais gostosas do que eu, mas eu precisava tentar.

– Nunca meti num rabo tão apertado, garoto! Você é pura perdição! Vou te foder, se estiver doendo muito você avisa que eu paro, combinado! – ronronou, junto ao meu ouvido, recomeçando lentamente a mover a jeba num vaivém dentro de mim.

Empinei a bunda e deixei-o meter, ele socava até o fundo, atolando o caralhão até o talo e fazendo o sacão bater nas minhas nádegas num shlap-shlap ritmado. Depois de um tempo, ele tirou a pica do meu cu, colocou minhas pernas sobre seus ombros e, de frente para mim, me encarando, tornou a meter o cacetão no meu cuzinho. Eu gritei, minha musculatura anal se contraiu num espasmo forte e prensou a verga. Ele a empurrava lentamente para dentro, enquanto eu gania e me agarrava aos seus bíceps volumosos.

– É o Jairão que você queria, meu tesudinho? É o Jairão que você vai ter, inteirão, para você agasalhar com esse rabão estreito. – grunhiu ele, inclinando-se sobre mim até nossas bocas se tocarem.

Assim que senti os lábios dele prendendo os meus, gozei, me esporrando todo, numa onda de prazer sem fim. Ele sorriu satisfeito, retomando o vaivém que esfolava minha mucosa anal e desencadeava um ardor pungente. Quando comecei a afagar a nuca dele, ele começou a se retesar, entrou o mais fundo que pode em mim e, se estremecendo todo, senti a caceta inchando no meu cuzinho. Com a boca colada à minha, ele urrou forte, e esporrou feito um touro, encharcando meu rabo com sua porra cremosa. Ele não teve pressa para sacar o caralho do meu rabo, queria desfrutar o máximo possível daquela fendinha úmida e macia que o acalentava.

– Foi maravilhoso, Jairão! Você realizou meu maior sonho! – balbuciei, quando ele se deitou ao meu lado e puxou minha cabeça sobre seu peito.

– Ah, moleque! Sonho é o que eu estou vivendo agora, com seu corpão lindo em meus braços e sua mão acariciando minha rola. – devolveu ele.

Começou a anoitecer e nós continuávamos deitados e entrelaçados, trocando beijos e conversando sobre o tesão que ambos sentiam.

– É sério aquilo que você me contou do garotão que te obriga a mamar a pica dele? – perguntou em dado instante.

– É, eu não menti! Mas, não gosto de falar sobre isso. Me sinto muito humilhado por ser forçado a fazer uma coisa que não gosto, não com ele. Porém, como eu te disse, se eu não fizer, ele me dá uma surra, como já fez algumas vezes. Eu já tentei brigar com ele, mas ele é bem mais forte do que eu, acabei apanhando e ainda tive que fazer o boquete.

Ele me abraçou com força, como se quisesse me mostrar que em seu tronco sólido eu estaria amparado, e foi realmente isso que senti. As horas passavam e ele não se prontificava a ir embora, eu estava adorando.

– Você se importa se eu dormir essa noite com você?

– Vou amar! Eu nunca dormi com um homem, e logo da primeira vez já tenho um cara fantástico como você. – respondi.

– Acho engraçado você me curtir tanto assim, quase nunca havíamos nos falado.

– Vou te contar um segredo! Toda vez que passo pela oficina, dou um jeito de dar uma espiadinha em você. – revelei tímido, o que o fez segurar meu rosto entre as mãos e me beijar.

Na manhã seguinte, acordei com ele ronronando do meu lado. Eu já estava atrasado para a primeira aula. Ele se espreguiçou todo sonolento, olhou na minha direção e me abraçou, acariciando minhas nádegas e me beijando.

– Você não está atrasado, moleque? – indagou ao consultar as horas.

– Estou, um pouco!

– E está esperando o que? Anda, ou quer levar umas palmadas nessa bundinha tesuda?

– Acho que vou querer as palmadas. – respondi faceiro, fazendo-o rir.

Durante todos os dias em que a tia Madalena esteve fora ele veio se encontrar comigo, passávamos a noite juntos em meu quarto eu me entregando a ele, mesmo com o cu todo arregaçado que mal me permitia sentar e dar alguns passos.

Uma manhã, o Paulão chegou ao colégio com a cara toda estourada. Tinha levado uma surra do Jairão e veio me pedir desculpas por todas as vezes que me humilhou e disse que dali em diante eu não precisava mais fazer os trabalhos escolares dele.

– Valeu, Jairão! Nem sei como te agradecer por ter tirado aquele desgraçado do meu pé. – agradeci quando nos encontramos.

– Não se deixe menosprezar por ninguém, está me ouvindo? Você é um garoto muito lindo, educado e gentil, ninguém pode te forçar a nada. – retrucou. – E tem mais, nunca mais dê uma de putinha como fez naquele dia indo até a oficina com o rabo de fora, pedindo para se enrabado. Você é naturalmente atraente e sedutor, não precisa usar de expedientes para conseguir alguém que te deseja, e tenha boas intenções com você.

– Foi muito tolo e infantil da minha parte, não foi? – perguntei corando

– Foi vulgar! E você não é vulgar, seu carisma encanta qualquer um. Se quiser conquistar alguém, seja você mesmo, é o que basta! – afirmou

– Eu te adoro!

– Eu também te adoro, moleque! Você não sai da minha cabeça, desde que começamos a transar. – confessou.

Continuei a me encontrar com o Jairão durante todo o ensino médio; três anos transando e tendo o melhor sexo que alguém poderia desejar. Quando não tinha como ele vir em casa, eu ia até onde ele morava, nos fundos da oficina, onde ele havia construído uma espécie de loft, que tinha uma decoração industrial, mas era bastante confortável. Tive momentos incríveis com aquele homem insaciável que me ensinou muito e me fez acreditar na minha homossexualidade e vivenciá-la em sua plenitude.

Paramos de nos ver quando eu entrei na faculdade em outro Estado. Tia Madalena também se mudou de cidade quando eu estava no segundo ano da faculdade, o que me levou a nunca mais voltar para lá. Depois, me formei e fiz uma pós-graduação no exterior. Conheci um cara muito parecido com o Jairão, tanto física quanto por sua personalidade. Nosso namoro ainda é insipiente, estamos ambos bem cautelosos. Rola um sexo maravilhoso, tão bom quanto o que vivi com o Jairão, o que me anima a continuar investindo nele. Quem sabe nos tornemos um casal em breve.

Sempre que passo em frente a uma oficina mecânica ou levo o carro para a revisão, e sinto aquele cheiro típico de graxa e óleo, volto a sentir a saliva com sabor inconfundível, levemente alcalino e amendoado da porra do Jairão descendo pela minha garganta. Às vezes, ainda me surgem lembranças dele, de seu sorriso, do jeito carinhoso como me fodia e tomava conta de mim, do homem viril e quente que ele era e, nesses momentos, sempre torço para que ele encontre alguém que o mereça, que lhe dê todo o carinho e amor que ele precisa.

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