O Kadu e eu viemos ao mundo no mesmo dia; ele, apressadinho como sempre, meia hora antes do que eu. Acreditem, ou não, essa mísera meia hora ele usava como trunfo para se vangloriar de que era o mais velho e, portanto, era eu quem tinha que me sujeitar às suas vontades nas brincadeiras, era ele quem determinava o que e como deveríamos fazer as coisas na época em que estudávamos no mesmo colégio e, obviamente, controlava cada um dos meus passos quando eu costumava viajar para a casa de praia da família dele. Apesar disso tudo, nos tornamos muito amigos, daqueles que muitas vezes têm um status maior do que irmãos de sangue. Era o nosso caso. Ele veio a ter esses irmãos, na verdade uma irmã e um irmão, nos anos que se seguiram, mas eu continuei a ser filho único.